segunda-feira, janeiro 30, 2006
Os eternos clássicos...
Confesso que tive a ideia de fazer este post enquanto lia a revista lux woman, mas a sua peça "Cássicos de sempre" foi um interessante ponto de partida para fazer a minha própria lista de referências que adquiriram o estatuto de clássicos com o passar dos anos. A geração de 80 saberá melhor do que estou a falar e como diz a canção "recordar é viver".

Marcas



Há marcas que mais do que simplesmente um nome para um produto acabam por servir de simbolo a uma geração, seja ela nova ou velha, marca de roupa ou marca de uma bebida, acabam por se distanciar do seu principal objectivo e passam a ser um conceito por si só. De irreverência, de status ou, pura e simplesmente uma marca pessoal.

TV



A televisão já foi um bicho simpático. Já conseguiu fazer história, apaixonar, mudar muitas vidas... Agora é uma caixa que está lá por casa, que fala de vez em quando, mas nunca diz nada de muito interessante. O que destaco são memórias como os filmes da Walt Disney e todos os seus contos infantis, desenhos animados como o Bocas ou a Rua Sésamo e, muito sinceramente, quem pode esquecer o Vitinho?

Criancices



A nossa infância é aquela fase da vida que mais memórias boas acumula. As coisas mais insignificantes eram o melhor do mundo e os nossos heróis normalmente não existiam na realidade, a não ser na nossa, por esse motivo tentamos mantê-los vivos até hoje. Brincadeiras com os Legos, com os Playmobiles, o livro do Princepezinho, ou até mesmo a banda desenhada da Mónica e do Gastão estimulavam a nossa inteligência e escondiam-nos do mundo que estavamos prestes a enfrentar.

Adolescência




A fase complicada, em que o mundo vai acabar porque temos uma borbulha a mais ou porque aquela menina não gosta de nós. A solidão toma conta de nós quando nos apercebemos que os nossos pais não são perfeitos, que não podemos ter tudo o que queremos, que o mundo não gira à nossa volta. Nada melhor para curar esta fase do que ficar por casa a jogar numa consola, seja ela da Sega ou da Nintendo, a Master System ou a Mega Drive II e quem nunca jogou um jogo de ZX Spectrum não merece dizer que viveu. O Game Boy era uma realidade longínqua mas os seus substitutos não eram menos interessantes, o Tetris, o Arkanoid, o PACMAN!!!! O pessoal mais cool já era mais à frente e deliciava-se com essa obra prima do desing, o cubo de Rubik e ninguém escapou à vaga do Diablo. Bons tempos...

Transporte



Até a forma como as pessoas se deslocavam era um marco, hoje em dia há tanto por onde escolher que tudo nos passa ao lado, nada fica na história pela sua identidade única, mas pela quantidade de vezes que foi repetida. Nenhum twingo poderá chegar ao patamar de um Carocha ou de um Mini e as revoluções culturais não seriam as mesmas sem a carrinha Volksvagen ou a Vespa.

Artes



O mundo das artes é perfeito para resumir esta viagem pelos clássicos, peças como o gira-disco ou a jukebox hoje em dia existem apenas para ser admiradas pela sua beleza e pala importância que tiveram quando apareceram. A experiência de ver um filme num drive-in demonstra como a força destes clássicos pode ser sentida. Uma ida ao cinema dentro do carro, com o som numa qualquer frequência de rádio, ao ar-livre, nunca poderá ser comparada com o cinema de uma sala escura. Mas a evolução também trás alguns clássico instantâneos e a Apple atingiu o Jackpot quando lançou o IPod. O design minimalista, a côr branca e a fabulosa campanha publicitária em redor do leitor de MP3 fazem dele um objecto a figurar na lista dos clássicos deste novo século.

A Figura


Andy Warhol, o supra-sumo da Pop Art, é a encarnação do espírito deste post. A sua visão futurista misturada com objectos aparentemente banais, criaram algumas peças de arte inesquecíveis. Quem não conhece o seu fabuloso retrato de Marilyn Monroe? Quem não conhece a expressão Retro, hoje mais em voga do que nunca?

Actualmente os tempos são outros, raros são os rasgos de interesse (como os da Apple), e o movimento Retro apenas espelha a vontade das pessoas se agarrarem ao que existiu de mítico no passado, porque no presente pouco há para reter.

Digam de vossa justiça e completem esta lista com algo que vos pareça pertinente e que eu me possa ter esquecido.
posted by not_alone @ 11:06 da tarde   4 comments
David Fonseca feat. Rita Pereira | Hold Still

Já aqui tinha destacado o cd do David Fonseca como o melhor álbum de 2005 e o talento do rapaz não pára de nos surpreender. David escolheu Hold Still, o dueto com Rita Pereira, para ser o 2º single e o vídeo da canção é talvez o mais inspirado videoclip português alguma vez feito. Composto por uma montagem de fotos de Augusto Brázio, do Diário de Notícias, a beleza da canção, aliada à profundidade das fotos a preto e branco tiradas nas ruas de Londres, descortinam, mais uma vez, a excelente produção à volta do ex-vocalista dos Silence 4. A música, que o cantor gosta de apelidar como o dueto clássico que sempre quis fazer, é uma interessante descoberta da vida citadina e da sua solidão, rodeada de carros em prego a fundo, prédios de perder de vista e uma multidão de gente sempre com pressa de chegar a algum lado, sem tempo para encontrar o amor que lhes passa ao lado. A voz de Rita Pereira, ex-vocalista dos Atomic Bees, é um delicado contraste com a voz de David Fonseca e juntos dão vida a este, que é um dos pontos mais altos da carreira do músico de Leiria.

O vídeo já passa nos canais de música nacionais, mas teve a estreia mundial no site da Rádio Comercial e pode ser visto aqui!
posted by not_alone @ 7:28 da tarde   5 comments
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Mozart na RTP1
Um dos compositores mais famosos do mundo, Mozart, nasceu à exactamente 250 anos. Para celebrar este acontecimento, Salzburgo, a cidade-natal do compositor, organizou concertos variados que se pretende que seja uma justa homenagem e, na hora exacta, entoar-se-ão sinos que irão assinalar a hora exacta do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart.

Em Portugal, esta data também não foi esquecida. Assim sendo, a RTP vai transmitir hoje à noite um filme que foi uma bela homenagem a esse grande compositor. Aqui fica o poster deste filme que julgo que todos conhecem.



Hoje, RTP1, 00:00

P.S - Espero que desta vez a RTP cumpra os horários, de forma a que não se repita o que se passou na semana passado com o "Saraband".

posted by P.R @ 12:16 da tarde   0 comments
domingo, janeiro 22, 2006
“O vento só fala do vento”

Alberto Caeiro foi desde sempre um poeta especial para mim. Aquilo que o torna tão singular é a complexidade filosófica que consegue fazer emergir da simplicidade e espontaneidade da sua poesia, apesar de constantemente a rejeitar. Sob uma aparência de desenho animado pragmático e objectivo, Caeiro presenteia-nos com uma leitura acessível, deliciosamente terna e, simultaneamente, repleta de um sentido filosófico complexo, que reside na simples observação objectiva do real, mais precisamente da Natureza. Aparentemente ingénuo, Caeiro é o mais pragmático, realista e assertivo de todos os heterónimos (talvez por isso seja considerado o Mestre). É nesta obrigatoriedade da observação que reside o seu ateísmo: “não acredito em Deus porque nunca o vi”; “que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?”. Contudo, é o autor destas afirmações que defende que “pensar incomoda como andar à chuva”… É o paradoxo de Caeiro: a sua poesia é um eterno pensamento.
posted by Anónimo @ 7:44 da tarde   1 comments
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Hoje na Televisão




RTP1, 23:15
posted by P.R @ 9:36 da manhã   5 comments
sábado, janeiro 07, 2006
Balanço 2005 | Melhor Filme
Melhor Filme por not alone

10 | I Heart Huckabees

9 | Ferro 3

8 | Closer

7 | Alice

6 | Sin City

5 | Sideways

4 | Crash

3 | Garden State

2 | Million Dollar Baby

1 | Oldboy



Pelo excelente trabalho de realização, dos actores, da originalidade, da experiência única que este filme porporciona e das emoções que crecem em nós, por estas razões e mais algumas este é, para mim, sem pensar duas vezes, o melhor filme do ano.


Melhor Filme por Pedro Romão

10 | The Aviator

9 | Ferro 3

8 | Head On

7 | Charlie and the Chocolate Factory

6 | Alice

5 | Sideways

4 | King Kong

3 | Crash

2 | Corpse Bride

1 | Million Dollar Baby



Sem quaisquer supresas Million Dollar Baby é o meu filme de 2005. Desempenhos fortíssimos, uma fotografia genial, um dos melhores realizadores contemporâneos, um argumento brilhante e muito amor à arte: os condimentos necessários para um filme que já é sinónimo de bom cinema. Sendo uma autêntica obra-prima, Million Dollar Baby marca o ano de 2005 e o início do novo milénio pela mensagem que transmite, que nem só de milhões vive o cinema e que nem só de jorros de sangue nasce a crueza das imagens.


Melhor Filme por Ana Silva

10 | Sin City

9 | Mar Adentro

8 | O Aviador

7 | Closer

6 | Alice

5 | Crash

4 | Corpse Bride

3 | O Fiel Jardineiro

2 | Million Dollar Baby

1 | Sideways




Não poderia deixar de dar o primeiro lugar a este filme. Sem realçar nenhuma das suas componentes em concreto, a verdade é que neste filme todas as peças encaixam de uma forma tão natural que mexe connosco inexplicavelmente. A leveza das paisagens e dos diálogos, a verdade das palavras, a química entre os actores... Tudo viaja da tela até ao espectador, que não consegue fugir ao toque quente de um bom copo de vinho e deixar-se assim levar pelo sabor aveludado e macio da vida, da amizade e do amor.

posted by not_alone @ 2:53 da tarde   0 comments
Balanço 2005 | Melhor Realizador
Melhor Realizador por not_alone

5 | Marco Martins | Alice



4 | Kim Ki-duk | Bin-Jip



3 | Robert Rodriguez\Frank Miller\Quentin Tarantino | Sin City



2 | Clint Eastwood | Million Dollar Baby



1 | Chan-wook Park | Oldboy



A visão de Chan-wook Park atrás das câmeras é única e transporta-nos numa viagem pelo mundo das relações pessoais como nenhuma outra. A singularidade da forma como a história é abordada é um grande trunfo para tornar este filme uma obra excepcional e uma das mais inesquecíveis dos últimos tempos.

Melhor realizador por Pedro Romão

5 | Chan-wook Park | Oldboy



4 | Kim Ki-duk | Bin-Jip



3 | Martin Scorcese | The Aviator



2 | Clint Eastwood | Million Dollar Baby




1 | Tim Burton | Charlie and the Chocolate Factory e Corpse Bride


Tim Burton é, possivelmente, um dos poucos realizadores actuais que tem um estilo próprio e inconfundível. De facto, cada frame é polvilhado por gramas de um génio inconfundível que se fundem em obras realmente extraordinárias. Foi assim que este ano tivemos o Charlie and the Chocolate Factory e essa obra-prima chamada Corpse Bride, um filme com uma profundidade drámatica impressionante para uma película de animação. Por tudo isto, Tim Burton é o meu realizador de 2005.

Amanhã | Melhor Filme

posted by not_alone @ 2:09 da tarde   0 comments
Balanço 2005 | Melhor Actor e Melhor Actor Secundário
Melhor Actor Secundário por not_alone

5 | Matt Dillon | Crash



4 | Steve Martin | Shopgirl



3 | Jude Law | I Heart Huckabees



2 | Paul Giamatti | Cinderella Man



1 | Clive Owen | Closer



Clive Owen foi a surpresa do ano, alguns papéis secundários e outros principais, mas de pouco destaque, constituiam o seu curriculum, até ter feito Closer. A sua interpretação arrebatadora não deixa ninguém indiferente e o papel parece ter sido feito à sua medida.

Melhor Actor por not_alone

5 | Bruno Ganz | Der Untergang



4 | Nuno Lopes | Alice



3 | Jamie Foxx | Ray



2 | Russel Crowe | Cinderella Man



1 | Romain Duris | De Battre Mon Coeur C'est Arreté



O actor sensação francês tem a melhor actuação da sua carreira com este remake. O seu personagem perturbado é fascinante e a composição do porsonagem por parte de Duris é fabulosa. O actor consegue, só pela sua interpretação, tornar este num dos filmes mais interessantes do ano.


Melhor Actor Secundário por Pedro Romão

5 | Ben Kingsley | Oliver Twist



4 | Matt Dillon | Crash



3 | Clive Owen | Closer



2 | Morgan Freeman | Million Dollar Baby



1 | Paul Giamatti | Cinderella Man



A escolha de Paul Giamatti, admito, pode ser questionável mas a verdade é que o seu desempenho em Cinderela Man é de uma energia contagiante fazendo o espectador vibrar com cada murro dado por Russel Crowe no ringue de boxe. A sua personagem não é nada de extraordinário mas Giamatti dá-lhe uma consistência brilhante e, por isso, merece inteiramente o destaque.

Melhor actor por Pedro Romão

5 | Bruno Ganz | Der Untergang



4 | Jamie Foxx | Ray



3 | Johnny Depp | Charlie and the Chocolate Factory



2 | Leonardo di Caprio | The Aviator



1 | Clint Eastwood | Million Dollar Baby



Clint Eastwood pode ter a imagem de durão em todos os seus filmes, mas em Million Dollar Baby, a sua dureza aparente é apenas uma capa que esconde toda uma fragilidade reprimida. É exactamente nestes sentimentos duplos que Eastwood é exímio construindo um Frankie que consegue emocionar tudo e todos. E para quem diz que Clint é rígido na forma como interpreta, essa emotividade que provoca em nós é a prova viva que estamos perante um excelente actor.

posted by not_alone @ 1:06 da tarde   0 comments
 

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