A proximidade do Festival Lisboa Soundz, onde irão actuar, motiva esta pequena crítica ao álbum de estreia dos americanos
She Wants Revenge.
Este duo é mais um dos casos de revivalismo dos 80’s que ultimamente têm proliferado por entre o rock alternativo. Misturando sons de electrónica profundamente dançáveis com a atmosfera sombria e fechada do rock dos anos 80 (a sua música é também descrita como rock gótico, o que me parece um pouco excessivo), os She Want Revenge são muitas vezes comparados aos Joy Division e aos Interpol, tendo no ano transacto aberto vários concertos dos Depeche Mode. Com estas referências não é difícil imaginar do que estou a falar.
Apesar da sua sonoridade não efectuar grandes variações ou inovações, os She Wants Revenge não descuram um cuidado especial com as letras, verdadeiras pérolas de retrato nocturno e urbano sobre conhecimentos fortuitos e uma sensualidade apaixonante.
Ouvi-los é como mergulhar em fascínios de noitadas, pistas de dança que são palcos de vida, desejos e frustrações daqueles que
live by night.
O disco abre com “Red Flags and Long Nights”. A voz grave e penetrante de Jason Warfield soa após alguns minutos de instrumental e a viagem começa. Apesar da viciante “I Don’t Want to Fall in Love”, o disco só atinge o auge mais adiante, com a célebre “Out Of Control” (
We've got nowhere to go, We've got nothing to prove, Instead of dancing alone, I should be dancing with you…) e depois com uma tão bruta como melancólica “Sister” (
You can hurt me, Do whatever you like…). “Disconnect” é um instrumental de pertinência discutível mas à medida que nos aproximamos do final do disco deparamo-nos com essa canção quase perfeita que é “Tear You Apart” (
Want to hold you close, Soft breath, beating heart, As I whisper in your ear, I want to fucking tear you apart!), cujo vídeo-clip foi realizado pelo actor Joaquin Phoenix (para vê-lo clicar
aqui). Terminam com “She Loves Me, She Loves Me Not”. Talvez seja nesse espaço intermédio que se situa a música dos She Wants Revenge: entre a consciência da dúvida e a apologia do momento, dos sentidos, do agora.
Como já referi, a música dos She Wants Revenge é uma música nocturna, ideal para ouvir em bares ou discotecas, mas que não dispensa uma audição mais atenta para tomar consciência das fantásticas letras.
Descubram estas histórias de corpos e sombras, sentindo o ritmo no nosso próprio corpo e nas nossas próprias sombras. A música dos She Wants Revenge é um convite a ter seriamente em conta, seja apenas no álbum homónimo seja também ao vivo já no próximo Sábado.
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Interessante, mas irregular, e não acrescenta muito ao que as bandas que referiste já fizeram.