sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Lúcia Moniz | Magnolia


A conhecida actriz Lúcia Moniz sempre teve como sonho, entre outras coisas, ser cantora. Com a ajuda do talentoso Nunno Bettencourt alcançou-o finalmente. Foi em 1999 que lançou o seu primeiro disco, intitulado Magnolia, que mudou a vida, senão de muitos, a minha. Honestamente simples e humilde, este primeiro trabalho da cantora é uma pequena janela para um mundo lá fora.

Magnólia é inexplicavelmente perfeito. Não necessariamente perfeito na complexidade musical ou nos diferentes registos e arranjos, mas na multiplicidade de emoções que nos faz sentir. Chegou a mim e conquistou-me por completo. A voz doce da (lindíssima) Lúcia embalou algumas das minhas lágrimas mais revoltas, que teimaram em não ficar cá dentro. Foi desculpa para soltar alguns gritos exorcizantes. Balancei ao som do seu humor. Intervalando o português e o inglês, num perfeito estado de equilíbrio entre as duas línguas. É quase parte da mobília das minhas memórias de adolescente. A cantora e compositora, abre as portas do seu singelo mundo e dá-nos permissão para o adoptar. Para que ele possa ser, por alguns momentos, nosso. Tivesse eu direito a uma compilação para servir de banda sonora à minha vida e estaria, certamente, um lugar reservado para uma faixa de Magnólia.

Com a simplicidade de uma flor, Magnólia, é belo e sincero naquilo que transmite. Não pretende ser mais do que uma compilação de músicas, munidas de uma honestidade desarmante. A naturalidade de letras como “a vida segue lá fora” ou “cheiros de ti”, descortina momentos comuns aos dissabores e prazeres pelos quais todos já passámos. Inevitavelmente deixamos aqueles ritmos consumirem-nos. Lúcia Moniz está longe de ter um alcance de voz acima da média, assim como os modestos acordes das músicas deixam pouco espaço para grandes espantos. Mas, a habilidade com que os dois se unem e a autenticidade do resultado final, deixam pouco espaço para rotular, à partida, este álbum.

Magnólia é assim, um álbum, que não é. Torna-se.

posted by not_alone @ 9:48 da tarde  
4 Comments:
  • At 3:52 da manhã, Blogger Daniel said…

    Dela, pouco ou nada conheço. Mas o que se sente é isso, sim. Como o vosso espaço, laranja, preto, num estado Jack Johnson, com flores, magnólias ou não, e com um lema que só me faz sentir bem-disposto sempre que o olho. Porque é isso que a música é, uma quebra. Parabéns.

     
  • At 2:42 da tarde, Blogger not_alone said…

    Em nome da equipa do take a break, obrigado pelos rasgados elogios :)

     
  • At 4:44 da tarde, Blogger Ana said…

    gostei tanto da forma como escreveste! o Magnólia também faz parte da mobília das minhas memórias, mas de criança. sim, eu ainda era criança! ^^
    e os sentimentos.. tal e qual os teus. como de telepatia se tratasse.

    e mesmo que sem estonteantes arranjos musicais, sem uma voz brilhante, ou mesmo sem grandes demonstrações ao vivo, a Lúcia para mim.. será sempre a Lúcia, aquela a quem a simplicidade é suficiente para brilhar. e Magnólia será sempre o álbum que não o é. que se torna!



    e seja Lúcia, ou qualquer outra coisa.. 'assim é a música: ao te libertar, prende-te ainda mais' ! ;)

    *

     
  • At 3:44 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Finalmente vejo um destaque muito merecido à Lúcia Moniz. E concordo com o que aqui foi dito: o que se torna único, não só em Magnólia mas tb nos seus sucessores, é a simplicidade das músicas e das letras, mas que nos tocam como se tivessem sido escritas por nós. Try Again é um dos momentos que mais recordo de Magnólia.
    E já agora, o talentoso Nunno Bettencourt (como muito bem aqui foi referido) já começava a merecer mais destaque por parte dos criticos nacionais. Sem dúvida que era uma mais valia dar a conhecer o trabalho deste grande Senhor!

     
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