
A sad love song kicks my arse everytime
São um duo formado nos anos 90 mas soam a um tempo entre os 50s e os 60s, herdeiros da canção ligeira. Descobri-os numa das minhas explorações pelo last.fm e foi vício imediato. Naturais da Nova Zelândia, Jonathan Bree e Heather Mansfield conheceram-se num espectáculo onde actuavam em bandas separadas e desde então têm-se divertido em conjunto como The Brunettes, recriando o espírito da pop de décadas passadas. «Mars Loves Venus» é o título do primeiro ep, gravado em 1998, do qual se fizeram poucas cópias. Só em 2002 sairia o primeiro álbum «Holding Hands, Feeding Ducks», a que se seguiu um álbum como o mesmo título do ep, em 2004. «Mars Loves Venus» é um adorável trabalho de pop cor-de-rosa, de palminhas e deixas de romantismo juvenil e divertido que podiam figurar num musical como Grease e que certamente soam melhor num gira-discos que num qualquer i-pod. É uma questão de nostalgia, por vezes pateta, sempre irresistível. Para os apreciadores das Pipettes, as raparigas inglesas que o ano passado nos fizeram reviver o espírito dos girl groups, The Brunettes serão proposta irrecusável. Abrindo com a homónima “Mars Loves Venus”, o segundo álbum do duo é composto por 12 faixas bastante similares, entre os 2 e os 3 minutos de versos sobre anseios e mágoas pessoais feitos de deixas a dois, contados com as vozes alternadas de jovem de Jonathan e de menina de Heather, sempre acompanhados de uma variedade de instrumentos, do clarinete ao órgão, do banjo à bateria marcando um compasso que, se por vezes convida a um pezinho de dança bem coreografado, outras pede pela almofada e pelo urso de peluche mais próximos. Pontos altos do disco são, além da primeira faixa, “This Things Take Time”, “Whale in the Sand” (por onde passaram os Beach Boys) e “Loopy Loopy Love” ( where they overact boo hoo) . Uma agradável surpresa, para ouvir com o que de mais adolescente (com tudo o que isso tem de sonhador e de algo idiota) ainda houver em nós. E se gostarem, já há álbum novo, «Structure & Cosmetics», saído este ano.
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