
O último filme de Christophe Honoré (que estreia dia 18 deste mês e foi apresentado em antestreia na 8ª Festa do Cinema Francês) é um musical centrado numa personagem, nas suas experiências amorosas no geral e, mais especificamente, numa ideia de perda. Mas não vou agora falar do filme, antes me quero deter na sua banda sonora. Um conjunto de 14 canções todas escritas e compostas por Alex Beaupain, que já compusera os instrumentais do filme anterior de Honoré, “Dans Paris”, bem como de outros filmes anteriores do realizador.
Exceptuando uma música também cantada por Alex Beaupain (“Brooklyn Bridge”), todas as outras canções são interpretadas pelos actores do filme, que se saem bastante bem, destacando-se Louis Garrel, que interpreta sozinho duas das melhores canções desta banda sonora, “Les Yeux Au Ciel” e “La Mémoire Sale”. Mas dê-se também a atenção devida à faixa mais alegre de um disco muito melancólico: a fabulosa “Je n’aime que Toi”, cantada por Louis Garrel, Ludivine Sagnier e Clotilde Hesme.
Uma das grandes qualidades desta banda sonora é o facto de poder sobreviver intocável se separarmos as canções do contexto da película. Experimente-se ouvir o disco antes de se ver o filme e depois voltar a ouvi-lo após o visionamento. É certo que muitas faixas ganham uma vida nova, mas o essencial é imutável. Um disco viciante, que não é apenas a melhor banda sonora do ano até agora, é um dos melhores álbuns, ponto.
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Subscrevo. Tinha ouvido diversas vezes antes de ver o filme (naquele desespero e angústia de nunca mais o ver estrear) e ouvi agora depois. De facto, ganha uma nova vida e gosto ainda mais do disco. Mas já gostava muito antes de ver o filme. E diga-se e sublinhe-se, o filme é sublime. Adorei! E já combinei ir revê-lo assim que tiver estreia oficial. :D