
Para quem não conhece
Cat Power (como eu não conhecia) o seu timbre vocal e a sua música podem fazer-nos recordar nomes como Fiona Apple, Lisa Germano ou Kate Walsh. O panorama alternativo está pejado destas
singers/songwriters, sendo que muitas vezes se assemelham umas às outras, destacando-se apenas os pequenos génios carismáticos.
Cat Power, nome artístico de Charlyn Marshall, tem algo na sua voz que nos transporta para uma América perdida no tempo, para um desses bares de província onde uma mulher solitária canta ao piano ou de guitarra na mão (oiça-se em caso de dúvida “Living In Bars” ou “Empty Shell”). O seu som oscila entre folk, country, blues ou pop, e esta conjugação de sonoridades torna o seu som atraente e extremamente agradável.
«The Greatest» (que creio ser o oitavo álbum de Cat Power), de onde emerge uma doce melancolia, é uma proposta interessante – embora não arrebatadora – para os amantes deste tipo de música. A sua voz arrasta-se ao piano, contando histórias que se sentem de uma forma que eu definiria, de modo poeticamente despropositado, como um misto de murros dourados e lágrimas de álcool…
A primeira faixa, de título igual ao álbum, é disso um exemplo paradigmático (
Once I wanted to be the greatest / No wind or waterfall could stop me / And then came the rush of the flood / The stars at night turned you to dust). A minha favorita é contudo a minimalista “Hate”, onde a voz dela nos leva a um abismo depressivo onde o vácuo de ânimo não dispensa umas réstias de sensualidade.
Apesar de tudo, as canções seguem todas uma linha muito similar, o que fará provavelmente com que quem não goste de uma, não goste do conjunto.
Durante os pouco mais de 40 minutos do disco sentimo-nos a flutuar nesse espaço de vida que oscila entre a tristeza inspiradora de uma tarde de chuva e uma viagem de fuga sem ter fim.
Fica aqui a sugestão…




Sugestão apoiada... atmbém estou a descobrir uma série de nomes alternativos que me conquistam sucessivamente. Cat Power é sem dúvida um deles! Oiçam...