Uma das surpresas das nomeações dos Óscares deste ano foi a presença deste pequeno filme, mais precisamente do seu protagonista, Ryan Gosling, a concorrer pela estatueta de melhor actor. Gosling tem brilhado em papéis que têm passado despercebidos, por exemplo o ultra-romântico The Notebook de Nick Cassavetes e o enigmático Stay de Marc Forster. Aqui ele comprova o talento, dando vida a um professor de História e treinador de basquetebol dedicado aos seus pupilos mas preso ao vício do crack.
Numa noite, Drey, uma sua aluna, apanha-o a inalar droga e a partir de então estabelece-se entre ambos uma peculiar amizade. Ela tentará que ele se aperceba do abismo em que se enterra aos poucos e ele procurará protegê-la da influência de um traficante local para quem o seu irmão (agora preso) trabalhava. Destaque-se também a prestação da estreante Shareeka Epps como a doce Drey, mais uma jovem actriz revelação a observar atentamente.
Escrito por Anna Boden e Ryan Fleck, que também realiza, Half Nelson mantêm do início ao fim uma aura de pequeno filme despretensioso, sem nunca olvidar a seriedade dos temas que aborda. O retrato social que faz e as personagens que nos mostra são mais uma exposição que um choque, tendo o condão de tocar o espectador de forma muito própria.
Servido por uma fabulosa banda sonora assinada pelos Broken Social Scene, Half Nelson é uma agradável surpresa neste ano cinematográfico.




Apesar do notável desempenho de Gosling, o filme acaba por ser banalíssimo. Quer me parecer que duplicaste as estrelas :P