 O Verão está aí e para aqueles que intercalam sol e nostalgia nada melhor que uma musiquinha à 60’s feita em 2006. Se a frase inicial fez despertar alguma coisa em si, nem que seja um esgar de sarcasmo, então tem de ouvir este disco. «We Are The Pipettes» de um trio britânico chamado (adivinhem lá?) The Pipettes é um sério candidato a disco mais cool desta estação balnear. A primeira faixa, homónima do disco, é tão simples como viciante. Traz um som jovem, um refrão catchy e engraçado e convida a um pezinho de dança. É uma abertura tão deliciosa que a vontade de ouvir o resto é imediata. E o que se segue é uma balada que podia ter sido cantada no tempo dos vestidinhos às bolas e dos cabelos armados. Mas esperem! Isso é como se apresentam Rose, Riot e Gwenno… Apetece esquemas de dança, palminhas e gelados. É “Pull Shapes”. E se pensaram que já ouvimos tudo mais vale seguir e derretermo-nos com a doçura do coro. É como se voltássemos a uma época de biquinis grandes e óculos cor-de-rosa em forma de coração. Em “Your Kisses Are Wasted On Me” o convite é já irresistível. Há algum dancing por perto? Bem, se não há qualquer sítio é um bom para improvisar. Mas podemos ainda sonhar com um amor de verão numa mais calminha “Because It’s Not Love (But It’s Still A Feeling)” ou apreciar o tom adolescente a que soa “Sex”. Um disco tão fresco e estival termina com o título demasiado óbvio “I Love You” – mas quem quer saber?
Na verdade, não é a originalidade (quase nula) que nos faz gostar das músicas das Pipettes, mas é precisamente o facto de nos fazer lembrar algo, algo que as novas gerações talvez não saibam situar bem nos meandros da memória e que agora renasce revestido do rótulo de indie pop, algo adoravelmente retro. Para mergulhar num mundo feliz de estação quente com tanto de pueril como de fascínio por “velharias”, «We Are The Pipettes» é tão divertido como contagiante e torna-se o disco ideal para o momento. As Pipettes não vão reescrever a história da música, mas certamente que a sabem reviver. E nós revivemos com elas e não é que até gostamos? Site MySpace
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É um disco simpático, engraçado, mas demasiado longo e, sobretudo, repetitivo. Preferia que as meninas se tivessem ficado por um EP.