quinta-feira, julho 27, 2006
Regina Spektor | Begin To Hope

A voz quente que canta letras frias, Regina Spektor parece conjugar em si muito de artistas tão carismáticas como Fiona Apple ou Bjork. Esta nova-iorquina de origem russa editou recentemente o seu quarto álbum de originais, «Begin To Hope», após «11:11», «Songs», o brilhante «Soviet Kitsch». Pelo meio encontram-se pérolas como o tema "Modern Girls and Old Fashioned Men" em que canta com os Strokes.

«Begin To Hope» parece não inovar em relação aos trabalhos anteriores, investindo em canções calmas e simples que são a sua imagem de marca. Ao contrário de Fiona Apple, com quem por vezes é comparada, Regina Spektor não optou por um caminho mais experimental e eclético no seu repertório, tornando o seu álbum mais um fim de esperança que um início.

O álbum inicia-se com “Fidelity”, um som leve com uma letra um pouco sombria. É um bom começo, que logo cai ligeiramente por terra com um conjuntos de baladas pouco originais, sejam elas mais pop (“Better”, “Edit”) ou composições tristes e com um quê de jazzístico ao piano (“Samson”, “Field Below”, “Lady”), que não sendo dispensáveis soam muito pouco a algo novo. Sobressaem do conjunto “On The Radio”, que recupera o tom aparentemente solar da faixa de abertura (mas que, nas palavras, revela a sua verdadeira dimensão), “Hotel Song” e a sua significativa letra contrastante com o seu ritmo descontraído e uma melancólica e sombriamente bela “Après Moi”, onde o piano que Regina Spektor toca se alia à sua voz entregue e desesperada numa letra de refrão bilingue. “20 Years of Snow” lembra uma certa Bjork e lembra ballet russo e é um doce embalo para os ouvidos. São provavelmente os pontos mais alto do disco. Em “That Time” as repetições tornam-se enérgicas, irradiando uma juventude despreocupada e inconsequente. Mas essa celebração da loucura adolescente termina com um abrupto e cru Hey remember that time when you od'ed / Hey remember that other time when you od'ed for the second time / Well in the waiting room while waiting for news of you, I hallucinated, I could read your mind (…). A última faixa é talvez a mais triste e desconsolada, basta atentar nesta poderosa passagem Summer in the city, I'm so lonely lonely lonely / So I went to a protest just to rub up against strangers / And I did feel like coming but I also felt like crying. É uma canção de saudade e de solidão e se não a rejeitarmos pela extrema melancolia, talvez a acolhamos com um misto de compreensão e dor.

Pouco distingue este trabalho de Regina Spektor do de outras inúmeras singers/songwriters do universo pop alternativo/ neo-folk. Longe de medíocre mas a milhas da qualidade dos seus anteriores trabalhos, «Begin To Hope» fica-se por uma mediania ligeiramente desapontante. Ainda assim, recomenda-se a audição para os admiradores do género.

Site
My Space

posted by Anónimo @ 9:21 da tarde  
2 Comments:
  • At 4:00 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    ela é minha ídola...
    é perfeita!!

     
  • At 5:45 da tarde, Blogger Cynthia said…

    Regina Spektor é uma das melhores surpresas da década. Enquanto considero Soviet Kitsch seu melhor album, Begin to Hope não deixa nada a desejar. Não é só pq esse album é menos experimental q sua qualidade é menor.

     
Enviar um comentário
<< Home
 
 

takeabreak.mail@gmail.com
Previous Post
Archives
Cinema
>> Críticas
>> Filme do mês
>> Grandes Momentos
>> 10 Filmes de Sempre
>> Balanços
"Combates"
Críticas Externas
Música
>> Concertos
>> Discos
>> Sugestão Musical
>> Video da Semana
>> Outros
Teatro
TV
Literatura
Outros
Links
Affiliates