terça-feira, abril 01, 2008
Portishead | Coliseu de Lisboa | 27-03-08

A voz de Beth Gibbons tem uma vida própria. Seja nos Portishead, a solo, ou até mesmo ao lado do nosso Rodrigo Leão, o poder vocal da cantora vai muito além daquilo que pode ser explicado por palavras. E, se dúvidas havia acerca da importância do regresso dos Portishead, foram esclarecidas no passado dia 27 no Coliseu de Lisboa.

Todos perguntavam, passados dez anos desde a última actuação da banda no nosso país, se ainda fazia sentido um regresso dos Portishead. Não só aos palcos mas também aos discos. O novo single parecia não deixar transparecer os novos caminhos que Beth Gibbons e companhia pretendiam seguir com "Third" e, mais do que isso, a música causa alguma estranheza nas primeiras audições. Seca, rude, com uma sonoridade a evoca r uma mistura de Daft Punk e Radiohead. E, afinal, depois de a ouvir ao vivo, é Portishead. De regresso, a quebrar todas as dúvidas.

Num balanço perfeito entre as músicas do novo álbum e os clássicos dos anos 90, os Portishead mostraram porque tiveram um impacto tão grande no panorama musical da década passada. E porque ainda são pertinentes. É mais do que simplesmente tocar (boas) músicas. É passar desse espaço, hoje em dia tão banalizado, para um patamar mais sensorial. Não foi por acaso que as músicas de Third, embora desconhecidas para quase todos os presentes no Coliseu, conseguiram ter impacto, ainda assim. Foram aceites efusivamente, numa incomum sensação de familiaridade com o que estava a ser transmitido.

Mas, se a curiosidade para ouvir o novo material era mais que muita, a verdade é que foram as canções de Dummy e do álbum homónimo, que levaram a um Coliseu esgotado semanas antes. E, sem cansar de me dizer, perfeitas. Beth Gibbons vive cada música através do seu corpo, dá-lhes voz e transpira todo o sentimento da forma mais frágil. É minimalista e bruto, este poder que os Portishead têm em palco. E fazem-no como deveria ser sempre feito - sem esforço. Dez anos depois não há vestígios de ferrugem, só talento lhes corre no corpo quando fazem música.

Os momentos altos da noite, pessoalmente, foram vários e distintos. Destaco a simplicidade de Wandering Stars, capaz de arrepiar toda uma imensidão de gente; A canção Only you foi arrasadora devido à proximidade que tenho com o tema; E, finalmente, Machine Gun, a abrir caminho para esta nova fase dos Portishead. Deixo-vos exactamente este tema, ao vivo no Coliseu de Lisboa:



posted by not_alone @ 9:16 da tarde  
1 Comments:
  • At 10:56 da manhã, Blogger ArmPauloFerreira said…

    Adorava ter visto os concertos deles por cá (Porto) mas não deu. Mas tenho artigos sobre eles no meu espçao e em especial uma review sobre o excelente "Third".

    Review:
    http://armpauloferreira.blogspot.com/2008/03/portishead-sobre-o-third-e-video-de.html

    Outros sobre Portishead:
    http://armpauloferreira.blogspot.com/search?q=portishead

     
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