 Os grandes momentos são os que marcam, os que ficam, e que nos fazem tirar a lição. Deste eu tirei uma, ou quem sabe, várias lições, que fizeram com que guardasse este momento de cinema comigo. Brasil, tempo quente, literalmente de chinelo no pé. As crianças movem-se como enxames, que ziguezagueam pelas ‘ruas’ desenhadas nas favelas dos subúrbios. São como pedaços de uma força que só funciona em conjunto, até ao dia em que algum desses pedaços prefere crescer sozinho. Esse crescimento é traduzido na posse de uma arma, que quase imediatamente transforma um corpo de menino numa mente de gente grande, numa voz cruel e fria. Nada mais conta: os corpos desfazem-se em sangue, as pessoas tornam-se coisas. Mais um, menos um,.. o que interessa é 'brincar' e dominar. Quando somos pequenos, não nos perguntem o que queremos perder, se um pé ou uma mão. Somos demasiado crus para saber a sua utilidade, só pensamos se vai doer ou não. Não nos perguntem porque choramos, é sempre porque qualquer que seja o tiro dói. E tu, não atires só porque queres ou porque sabe bem ter um brinquedo na mão. É daqueles que deixa marcas,.. é um grande momento. Este é o meu. Porque a crueldade pode mexer connosco, mas a realidade mexe ainda mais. |
De uma crueza que até arrepia! Chega a ser brutal assistir ... :-S