domingo, junho 25, 2006
The Descent


Em primeiro lugar tenho que dizer que o género de terror não se encontra dentro daqueles que eu mais aprecie e goste de ver. Não que seja um registo menor, eu é que me assusto facilmente e não gosto muito da sensação. Escrito este prólogo já devem estar a imaginar o suplício para mim que foi acabar de ver este filme.

The Descent, de Neil Marshall, é a história de seis raparigas que, na tentativa de se distraírem um pouco após o drama pessoal de uma delas, decidem fazer uma expedição a umas grutas. Depois de ficarem presas na encruzilhada de caminhos labirínticos, as seis amigas têm que iniciar uma pequena viagem para encontrarem o caminho da saída. E é nessa viagem que a "aventura" começa.

Apesar dos primeiros minutos de filme serem emocionantes, a verdade é que o filme entra depois num ritmo pausado até um determinado ponto. No entanto, é exactamente este excerto que considero o mais importante e o desencadeador da magnificência do filme. Durante esses minutos o realizador apresenta-nos de forma distinta cada uma das seis personagens que, sem cair em estereótipos fáceis, nos permitirão distingui-las perfeitamente. As seis amigas destacam-se pela sua singularidade, pelas suas motivações e medos e não pela sua aparência física. Como resultado, temos um filme de terror com uma complexidade humana singular e com uma construção narrativa absolutamente fascinante.

Depois deste momento, o responsável pelo filme revela-nos o porquê de ser considerado um filme de terror. Esperem momentos angustiantes, saltos das cadeiras e esperem gritar a pulmões abertos (aconteceu comigo, confesso). O filme tem cenas que assustarão até aqueles que se gabam de não reagirem minimamente aos filmes do género, e este facto deve-se a Neil Marshall que assina um argumento poderoso mas que, acima de tudo, têm uma realização espantosa. De facto, através de planos e enquadramentos sufocantes, o espectador sente-se parte daquele grupo de amigas, sente-se o medo, a claustrofobia, a falta de ar, a dor...

Ajudado pelos desempenhos de grande qualidade de todas as actrizes, Marshall apresenta-nos uma obra perturbadora, fascinante e assustadora. Sendo um objecto frio na forma como nos revela a acção, não esperem momentos de humor, ou cenas com alguma descontracção. O filme é duro, é pesado e estão presentes em todas as situações um desconforto e um constrangimento que nos agarram e nos levam nesta aventura perigosa mas fascinante.

Classificação:
posted by P.R @ 3:00 da tarde  
11 Comments:
  • At 5:37 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Já não é a primeira crítica que elogia imenso o filme que leio... Mas eu tb ñ morro de amores por filmes de terror, excatamente pq facilmente fico com... medo! lol
    Uma parte de mim quer ver A Descida para a apreciar enqto obra cinematográfica mas outra morre de medo com a ideia das tais cenas mais pesadas...

     
  • At 6:47 da tarde, Blogger P.R said…

    Pois comigo acontece a mesma coisa. Mas resolvi arriscar :P E apesar dos sustos, porque os há, conseguir gostar bastante desta descida :P

     
  • At 8:36 da tarde, Blogger Pedro Duarte said…

    Eu tb nao aprecio um filme de terror feito apenas para assustar. Claro q p ver algum, tem de ter conteúdo. Eu tenho a vantagem em ser resistendo aos sustos desses filmes.

    Mas arrangem coragem e vejam a obra que é Land of the Dead (2005)
    , de George A. Romero.

    Sangue, tem muito pouco (como deveria ser em filmes de zombies, pois supostamente, os tipos nao deviam ter sangue), tem 1 ou 2 imagem mais assustadorazinha (mas aí fazem fast forward 2 segundos) e deparam-se com um filme espectacular de reflexão sobre as minorias sociais, o direito a uma segunda oportunidade, uma dose de acção que entretem longe de cair no excesso de filmes de Arnold ou Diesel e por bons actores.

    E deixo claro que não aprecio filmes de zombies. Acho q este filme nao foi muito popular entre gente que pagou bilhete p ver sangue ...

    No estilo, dou-lhe na boa 5 estrelas (ao Land of the Dead e não ao The Descent, claro).

     
  • At 9:46 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Pedro, eu ainda tenho aqui o divx que me arranjaste mas confesso que ainda ñ tive coragem para zombies... Agora nas férias, ñ escapa!

     
  • At 10:39 da tarde, Blogger Pedro Duarte said…

    :)

    Aquilo não é um típico filme de zombies. Só a cara de um deles é q pode assustar um pouco :)

    Ou melhor, dela.

     
  • At 10:04 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Um dos melhores filmes de terror dos últimos anos. É magistral. E apanhei uns valentes 'cagassos' :P

     
  • At 12:54 da manhã, Blogger P.R said…

    não é de admirar criswell, o filme consegue ser intimidar qualquer um :) Quanto ao facto de ser dos melhores filmes de terror dos últimoa anos, não faço ideia porque é um dos poucos que vi nestes últimos anos. :P mas acho que gostei mais do Blair Witch

     
  • At 11:21 da manhã, Blogger ... said…

    Só mesmo para dizer que gostei de conhecer o teu cantinho.
    I'll be back soon.

     
  • At 6:37 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    um dos melhores filmes de terror do ano passado. excelente!

     
  • At 7:21 da tarde, Blogger P.R said…

    Em nome do Take a break obrigado amazing :) ficamos a contar com a tua visita ;)

     
  • At 1:17 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    O que é que um filmezinho de terror assusta? Mais assustadora é a estupidez presente em muitos dos filmes que enchem as salas de cinema (vide multiplexes...).
    Adiante.
    The Descent é um belíssimo filme. Embora os mutantes não convençam (prefiro o terror nos olhos humanos que transportado por anfíbios), está bem construído, tem uma narrativa que transporta o espectador e, melhor, não o larga,e algumas personagens são convincentes. Têm "espessura".
    Prefiro, também, os momentos de "pausa" na acção, assim como o clima pesado que envolve todo o desenrolar da história.
    Magnífico o final.

     
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