quarta-feira, setembro 06, 2006
Superman Returns



O salvador está de volta. Literalmente caído dos céus, o seu fato azul e a capa vermelha esvoaçante voltam a preencher o grande ecrã e a deleitar as inúmeras Lois Lane’s que se espalham pelo globo.

Nunca fui uma seguidora atenta do Super-homem, nem me deixei seduzir pelo personagem ou pelos filmes que trouxeram a BD até ao cinema. No entanto, este filme traz uma carga simbólica forte, associada à ausência prolongada do Super-homem no cinema e nas nossas vidas.

Pode dizer-se que Brandon Routh é, efectivamente, um herói. Extremamente parecido com Christopher Reeve (demasiado, talvez) consegue ter a postura resistente e imbatível e, ao mesmo tempo, terna e elegante. O jovem actor consegue estabelecer a barreira entre o tímido Clark Kent, sempre meio atrapalhado, e o herói salvador, forte, corajoso e determinado. Aí, o olhar não treme nem se desvia, as palavras soam com uma limpidez extrema, e o toque parece ser aveludado para que o herói mais facilmente se mova por entre as nuvens mais altas.

Lois Lane está igual a si mesma. Ainda que a actriz Kate Bosworth pareça transparecer um ar algo frágil e uma figura de menina, Lois é sem dúvida uma mulher determinada. A mulher cheia de convicção que se recusa a viver presa a um efémero “Super-homem”, e que surge neste filme com a sua vida reconstruída. Agora, um filho e um novo homem fazem parte da sua vida.

que mais cativa neste filme é conseguir perceber as mudanças que este personagem mítico sofreu. Na sua forma de estar, de agir e de lutar por um mundo melhor. Principalmente, todos ansiamos pelo reencontro de Lois com o seu grande amor e por ver a faísca ambivalente que cresce entre as duas personagens. Consegue ver-se que existe uma ligação intensa, ainda que não necessariamente física ou próxima. O ar desajeitado do jornalista Clark Kent deixa-o somente balbuciar palavras soltas quando vê Lois e sente-se a tensão na voz de Lois quando o tema é o seu amor-ódio Super-homem. E no fundo, é tudo isso que dá sentido ao filme, é perceber de que forma Lois acaba por engolir o orgulho e entregar-se, e por outro lado, de que forma é que é Lois Lane acaba por ser a salvadora do herói.

Superman Returns agradou-me mais do que esperava. Não diria ser um filme imperdível, mas julgo que talvez nos dê uma outra perspectiva do globo e das pessoas. Acima de tudo, pode quem sabe, ensinar como nos podemos salvar uns aos outros. Às vezes, basta querermos.



Classificação:
posted by Ana Silva @ 6:13 da tarde  
2 Comments:
  • At 10:31 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    O de 78 é infinitas vezes melhor. Este, a meu ver, foi um remake dispensável.

     
  • At 12:42 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Adorei o filme . Para uma fã antiga e radical como eu , achei muito legal esta nova visão do supermanh , de mostra-lo um pouco fragil , mais humano e não ser só ele que salva o dia mas as pessoas que ele salva poderem fazer um pouco por ele também . Ser isso não é novo e diferente , eu não sei oque pode ser , ja que não se ve isso nos outros super . Eu acho que cada filme ( o de 78 , o superman 2 , o 3 e o 4 ) fala de um aspecto da vida dele . E cada um deles desperta uma simpatia ou antipatia . O bom é ver e ter aquela sensação gostosa que ele esta por perto , é um amigo , lindo e pode voar !!!

     
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