sábado, março 17, 2007
Filarmónica Gil | Por Mão Própria


O primeiro álbum dos Filarmónica Gil resultou de um conjunto inesperado de músicos. João Gil (Ala dos Namorados, Trovante, Rio Grande, Cabeças no ar...) e Rui Costa (Silence 4) decidem fazer um projecto de música portuguesa, despretensioso e jovem, recuperando as clássicas influências de todas as bandas portuguesas que admiram. Convidam Nuno Norte (vencedor dos Ídolos) para dar voz ao projecto e o resultado foi um agradável CD, sem trazer muito de novo, mas que não compremete os músicos envolvidos.

Pessoalmente, a voz de Nuno Norte sempre me pareceu desadequada para este projecto. Algures entre o Pedro Abrunhosa e o Jorge Palma, com tendência para o exagero, torna-se cansativa ao fim de três ou quatro músicas. Ainda assim, no primeiro trabalho do grupo, o trabalho que suportava o vocalista bastava-se. João Gil já deu provas suficientes para não duvidarmos do seu talento enquanto compositor e Rui Costa produz e faz arranjos como ninguém. (Não tivesse sido ele um dos principais motores de arranque para o sucesso estrondoso dos Silence 4). As músicas no seu todo eram bem conseguidas e conseguiam a proeza de suplantar a voz de Nuno Norte.

"Por Mão Própria" consegue derrapar em tudo o que o primeiro trabalho homónimo alcançou. Todo o alinhamento parece demasiado forçado, cansativo e, acima de tudo, repetitivo. O CD parece uma só música que se arrasta nas suas fórmulas gastas. Quem ouviu o primeiro álbum não obtém nada de novo, pelo contrário, é tudo uma pálida cópia do que já fizeram. As influências tornam-se também elas intrusivas, ficando a sensação de que estamos a ouvir uma nova versão da Ala dos Namorados, ou reminiscências de Rui Veloso e Sérgio Godinho nos anos 80. Filarmónica Gil precisavam de se reeinventar. De se actualizar. De empolgar os seus fãs com algo de diferente. Não o fizeram.

Mónica Ferraz (Mesa) dá o único toque interessante, na música "Eu disse que sim", ficando ainda assim muito mais por explorar. Nem as letras de João Gil salvam "Por Mão Própria" do despiste fatal.

A descontracção dá lugar a uma enorme patetice e este acaba mesmo por ser um álbum a evitar.

posted by not_alone @ 1:16 da tarde  
2 Comments:
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