Este primeiro post [oficial] vai ser sobre música, mais concretamente sobre o álbum a solo da vocalista dos Moloko, Róisín Murphy.
Depois do sucesso com a banda, a cantora pop decidiu enveredar por uma carreira a solo. Sem sair do estilo dançável a que nos habituou, Ruby Blue é fresco, sensual e apaixonante. É certo que pouco há de Róisin que não existisse nos Moloko, mas isso não tem de ser necessariamente negativo. Pelo contrário, existe tudo o que destacava os Moloko, com um novo toque mais íntimo da autora. A pop nunca esteve de tão boa saúde quando a vemos lado a lado com o electro-jazz, o cabaret e, mais importante, a poderosa voz de Roisin.
Night of The Dancing Flame evoca um longínquo Stevie Wonder, Through Time é um hino à Bossa Nova, enquanto Sow Into You teima em não sair da nossa cabeça.
O disco foi gravado em parceria com Matthew Herbert (que também trabalhou com Björk) e foi também com este que escreveu as letras do disco, que falam sobretudo, como diz a cantora embaraçada, sobre o seu novo amor. Herbert é um mestre a compilar samples e a introduzir bizarros, mas funcionais, sons, dos mais variados instrumentos.
A voz de Róisín (que se pronuncia
Rosheen) está melhor do que nunca, deixando para trás os maneirismos adquiridos nos anos de Moloko. Está também mais versátil, conseguindo alternar entre sedutora e estridente mas, sempre, fabulosa. The Closing Of The Doors não podia fechar o álbum de melhor forma, uma belíssima canção em que a voz é apenas acompanhada pelo piano, pondo em segundo plano o electro-pop, demarcando, para quem ainda tinha dúvidas, que os Moloko são passado. Para o futuro posso apenas esperar que toda a pop esteja à altura de Ruby Blue.