
Os Red House Painters são uma banda muito especial para mim, marcaram-me durante um importante período com o álbum Songs for a blue Guitar (um dos mais fabulosos albuns de todos os tempos). Recentemente decidi voltar a descobri-los e ouvi pela primeira vez o seu primeiro cd, Down Colorful Hills, e percebi porque me tinha apaixonado pela música da banda da primeira vez.
Há algo de muito genuíno na forma como as músicas são construídas, transparecem o facto de a banda fazer música pelo simples prazer de tocar. Não há preocupações com as vendas, com os singles de 3 minutos, fazem música porque ela existe dentro deles.
Mark Kozeleck é a alma da banda, a sua voz envolve-nos nas suas extraordinárias letras e composições e sabemos à partida que estamos perante um génio. Não consigo deixar de o comparar com David Fonseca e com os extintos Silence 4 (a comparação não é assim tão disparatada se vos disser que os Red House Painters foram uma das maiores influências dos Silence 4 no ínicio de carreira), a ingenuidade e dedicação de ambos é o que torna as suas músicas tão especiais.
O vocalista dos Red House Painters tem algo de português dentro dele (não é por acaso que a editora que criou se chama Caldo Verde), a melancolia e a saudade, esses sentimentos tão nossos, passeam-se pela música da banda embalando-nos e ao mesmo tempo acordando-nos para memórias esquecidas e passados dolorosos. Assim são as músicas de Down Colorful Hills, cheias de dor, de perda e de sofrimento. Cheias de uma alma que nos eleva a outras realidades e nos transforma.
Porque os Red House Painters precisam de ser relembrados, perpetuados e dados a conhecer, se for o caso, Down Coloful Hills é um álbum obrigatório. Apenas 6 músicas que podem mudar uma vida.
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