The Devil wears Prada era um filme que aguardava com moderada expectativa. O meu entusiasmo prendia-se essencialmente com dois factos: o tremendo sucesso que fez nos Estados Unidos, em que gerou mais de 100 milhões de euros nas bilheteiras, um feito histórico para um filme deste género, e por ter a grande Meryl Streep num registo diferente do que nos tem habituado. Visto o filme, não consigo disfarçar algum desapontamento.
The Devil wears Prada é a história de Andy (Anne Hathaway) uma jovem inteligente e aspirante a jornalista que, tentando a sua sorte, vai a uma entrevista para ser uma das assistentes de Miranda (Meryl Streep), a impediosa, possessiva e ultra-exigente directora da revista mais importante do mundo da moda, a RunWay. Este é um mundo onde a aparência é deveras salientada, e onde o cabelo, os sapatos e as roupas têm de estar absolutamente perfeitos. Acontece que Andy é uma rapariga normal, igual a tantas outras, com o menor sentido de estilo e que nem sequer conhece marcas como Dolce e Gabanna. Partindo desta premissa, as peripécias, como devem imaginar, serão muitas…
Porém, o mundo da moda é retratado no cinema quase sempre com os meus clichés, e mais uma vez, este filme não é excepção. Está tudo lá, a rapariga feiinha que é transformada numa top-model, as zangas com o namorado por causa do emprego, o sucesso repentino que faz a antiga menina tímida transformar-se numa mulher decidida e que suplanta as outras … … A verdade é só uma, este filme, que conta com quase duas horas, excessivo para o género de filme que é, é uma chuva de estereótipos já vistos em n filmes semelhantes. Apesar de tudo, o filme tem momentos bem conseguidos e consegue arrancar alguns sorrisos a quem o vê.
Há, no entanto, algo neste filme que o faz destacar dos demais que é, como todos já devem estar a pensar, Meryl Streep. O seu desempenho é marcado por humor muito mordaz e requintado, e por um
savoir faire que se destaca largamente. Mais um desempenho fascinante de uma grande actriz, e era bastnte fácil escorregar em doses exageradas de maneirismos e histerimos. Mas não, Streep, que é de uma comicidade subtil e de uma frieza impressionante, mostra porque é considerada a melhor actriz viva e tem mais uma brilhante performance E claro está, nas cenas mais dramáticas, porque também as há, é a sua contenção e sensibilidade que inunda o ecrã. Um dos desempenhos do ano. Quanto a Anne Hathaway, cumpre com eficácia mas sem grande brilhantismo, até porque o seu papel não dava para muito mais.
Este ano de 2006 tem sido fértil em desilusões mas também em surpresas. The Devil wears Prada encontra-se no limbo, se por um lado convence, principalmente pela verosimilhança que Streep imprime a película, por outro não traz nada de novo ao género, sendo o final, e depois de um monólogo fantástico de Streep, o pior do filme. Assim sendo, as duas estrelas e meia é mesmo a melhor a classificação.
Classificação:


Qdo venho aqui só consigo ler a primeira frase dos posts... pq tenho sempre medo que contem alguma coisa da história! Isto porque, ao contrário de vocês, que sabem o que é bom, vou muito poucas vezes ao cinema. Prefiro ficar a rezar, para a minha preparação futura.
Surely, love the bolg! Keep up the good work e bj especial para os meus dois filhos e o Dr. Meireles.