sábado, abril 28, 2007
Indie Lisboa | Close to Home

O filme inicia-se num checkpoint de Jerusalém, com uma tensa e minuciosa inspecção a uma palestiniana. Uma jovem soldado israelita recusa-se a fazer o seu trabalho, alegando incapacidade emocional para continuar, mas a sua superior mostra-se inflexível. A desobediência da jovem acaba por conduzi-la à prisão. O episódio inicial de “Close to Home” (“Karov La Bayit” no original) surge como pretexto para introduzir a figura de Mirit (Neama Shendar), uma das jovens soldado que não se consegue relacionar com o grupo e que pelo seu desejo de agradar a alguém acaba com fama de delatora. Mas o início dá-nos ainda o mote para o que será uma constante ao longo do filme: mostrar as duríssimas condições de trabalho a que são submetidas estas raparigas e a forma como isso as afecta.

Contudo, o que o filme de Vardit Bilu e Dalia Hagar pretende não é de todo mostrar um lado humano e desculpabilizar Israel (as cenas dos checkpoints, aliás, são pouco abonatórias para a actuação israelita), antes é centrar-se em duas pessoas e filmar a construção de uma amizade num cenário de conflito que aqui não é mais exterior que interior.
Mirit, que quer sair daquela unidade porque está demasiado “perto de casa”, é colocada ao lado de Smadar (Smadar Sayar) a patrulhar as ruas. Enquanto Mirit é tímida, assustada e cumpridora das regras impostas, Smadar personifica uma ideia de independência a que Mirit talvez almejasse secretamente. À medida que vamos seguindo o seu quotidiano, percebemos o lado normal por detrás do uniforme. Elas pensam em homens, em cortes de cabelo, em peças de roupa. Por vezes fraquejam no exercício das funções. Percebemos que há muita coisa cuja importância questionam.
O lindíssimo final, ao som da também lindíssima “First Breath After Coma”, dos Explosions in the Sky, é um momento que certamente recordaremos após o filme acabar.

“Close to Home” é uma obra equilibrada e que resulta bem, embora sem grande arrebatamento. É uma janela que ilumina com outra luz pessoas e acontecimentos de um mundo de que todos os dias ouvimos falar por tristes razões.

posted by Anónimo @ 11:02 da manhã  
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