Alegria da moçada, da perua faveladaM.I.A. é cabeça de cartaz no processo de internacionalizar os ritmos urbanos misturados, agora a última forma de
coolness, ou qualquer coisa assim. Nesta recente moda, que catapultou para o sucesso projectos como os nossos Buraka Som Sistema, emergiu um trio brasileiro, os
Bonde do Rolê, descobertos no myspace pelo ex de M.I.A., Diplo, que os tirou de Curitiba para o mundo.
Os Bonde do Rolê, dois djs e uma vocalista, dedicam-se a tocar o chamado baile funk e «With Lasers» é o álbum para confirmar o fenómeno.
Ao ouvir os Bonde do Rolê a primeira associação que vem à cabeça é provavelmente as Cansei de Ser Sexy, talvez pela origem comum. Só que enquanto o colectivo de raparigas são herdeiras da electro-pop, cantam numa mistura de inglês com brasileiro, cultivam uma aura de diversão cosmopolita e não escondem o seu passado ligado às artes, os Bonde do Rolê são, passemos a imagem, não o clube, mas a rua. A rua bruta, quente, activa. Não são a insinuação sexy mas o sexo explícito. Basta ouvir as letras (algumas bombas atómicas de politicamente incorrecto ou verdadeiro mau-gosto) e não deixa de ser tremendamente engraçado imaginar que o público que os ouve e não entende português está a perder metade da piada.
“James Bonde”, “Marina do Bairro” ou “Geremia” são algumas passagens obrigatórias num disco homogéneo que garante divertimento festivo desde a primeira faixa. Álbum para se dançar e para perder a compostura, «With Lasers» é um pronto a consumir, que entretém mais do que o bastante mas que, muito provavelmente, se vai esquecer com a mesma rapidez com que se deu a conhecer.
Ouvir o disco remete-nos imediatamente para o seu resultado ao vivo. Tanta energia resulta certamente potenciada em cima de um palco. E os Bonde do Rolê já não são debutantes nos palcos portugueses: deram um concerto na Galeria Zé dos Bois, uma actuação no Sudoeste e têm retorno agendado para Novembro, no Santiago Alquimista. A febre tomou conta da gente.
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É um disco engraçado, mas coisa para durar um Verão... Os CSS sabem fazer canções, já os Bonde do Rolê, a julgar por esta amostra, nem por isso, ainda que ao vivo consigam oferecer um espectáculo divertido.