 O mundo torna-se mágico quando assistimos a um bailado. Os olhos prendem-se aos movimentos graciosos, os ouvidos são seduzidos pela música, o coração palpita de emoção. Assistir a um bailado é uma experiência enriquecedora mas assistir a um bailado acompanhado por música tocada ao vivo por uma orquestra é algo de sensorialmente deleitante e que é para mim praticamente intraduzível. Decorreu até hoje no Teatro Camões a representação de O Lago dos Cisnes, bailado escrito por Piotr Ilyich Tchaikosvky no século XIX. A coreografia seguida pela Companhia Nacional de Bailado para esta apresentação foi a de Marius Petipa (também do século XIX mas não a inicial), adaptada por Mehmet Balkan. A história de Odette, a princesa desafortunada que por ter conseguido o amor do príncipe Siegfried é condenada pelo maléfico tutor deste a transformar-se num cisne é um conto belo e trágico, que comporta em si uma dose intrínseca de encanto. A música de Tchaikovsky, positivamente arrebatadora, é responsável por elevar os sentimentos dessa história a uma dimensão superior, mas só a presença inebriante dos bailarinos faz de O Lago dos Cisnes um espectáculo completo e único. Servidos por cenários extraordinários e com um guarda-roupa esplendoroso (sobretudo nos nas primeiras cenas dos dois actos), ambos da autoria de António Lagarto, O Lago dos Cisnes apresentado até hoje no Teatro Camões contou com o acompanhamento ao vivo da Orquestra Sinfónica das Beiras. Haverá mais espectáculos no início de Janeiro próximo, mas com música gravada. Fica aqui a recomendação. |