quinta-feira, abril 27, 2006
Indie Lisboa | M/other



A sensação depois de ver M/other é, acima de tudo, ambígua. Não é um filme marcante, mas também não passa despercebido. M/other mostra a vida de um casal, o seu dia-a-dia, a relação da nova mulher com o filho, fruto do primeiro casamento. No fundo, como se qualquer um de nós levasse uma câmara atrás de nós, captando todos os momentos. Os passos, as expressões, os sentimentos.

É isso que agrada no filme e que nos faz permanecer atentos durante as duas horas e meia de filme. É bastante extenso e pode por vezes cair no erro de acentuar demasiado o peso das cenas, correndo o risco de quebrar o interesse e cansar o telespectador. No entanto, o facto de a vida a dois ser retratada de forma tão verosímil e natural, torna-se, efectivamente, fascinante. As conversas longas, pausadas, os silêncios constrangedores, as dificuldades em mostrar ao outro o que nos vai dentro da alma… Nobuhiro Suwa consegue captar esses pormenores de uma forma muito bem conseguida, transmitindo uma sensação de partilha. Parece que assistimos ao filme fazendo também parte dele, talvez por reconhecermos um quotidiano de tal modo, óbvio e banal, como uma simples conversa ao telefone, ou uma tarde em que os miúdos vão brincar lá a casa. Na verdade, acredito que a credibilidade do filme se deve, em grande parte, aos actores, com especial ênfase no jovem Shun, que está, na minha opinião, especialmente bem.

No fundo, julgo que M/other faz-nos reflectir sobre os pequenos momentos da vida aos quais por vezes não damos muita importância. Faz-nos pensar no nosso próprio rumo, e se realmente em todas as casas se vivem dilemas diários e de lutas difíceis. No final, o conselho é concentrarmo-nos na essência de cada personagem e de cada diálogo, tentando assim passar mais facilmente por cima da duração gigantesca deste filme.


Classificação:
posted by Ana Silva @ 12:32 da manhã  
1 Comments:
  • At 1:53 da manhã, Blogger gonn1000 said…

    Gostava de ter gostado mais do filme, mas é tão longo e por vezes monótono que não consigo. Dar-lhe-ia 2,5/5, não é mau mas também não é especialmente recomendável.

     
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