domingo, dezembro 17, 2006
David Fonseca | Aula Magna | 23-11-06
Breve introdução a este post. Na tentativa de continuar a surpreender o nosso público, o Take a Break resolveu fazer um post a 3 mãos. Eu, a H. e o P.R. estivemos presentes, no passado dia 23 de Novembro, na Aula Magna, a assistir ao concerto de David Fonseca. Juntos decidimos criar um texto que reunisse as opiniões da experiência. Convergentes, é certo, mas todas o mais sinceras possível.



Fascinante. Inspirador. Genial. Todas as palavras e conceitos são incrivelmente redutores quando se descreve um espectáculo como aquele que David Fonseca nos ofereceu na Aula Magna na passada quinta-feira. Segundo ele, era a primeira vez que se apresentava a solo em Lisboa. Alternando o lado concentrado e introspectivo que é seu apanágio, o músico mostrou como também sabe ser um "tipo fixe", comunicador e divertido.



Após uma espera de quinze minutos de muita expectativa eis que surge no ecrã, David e a sua banda, percorrendo os corredores e a chegando, finalmente, à sala aonde todos o aguardávamos. Já soava na guitarra um tema inédito, "If Our Hearts do Ache", antecipando aquilo que viria a ser o concerto: um espectáculo inédito. Detentor de uma capacidade vocal estonteante e, na minha opinião, cada vez mais singular, David Fonseca brindou-nos com uma performance a todos os títulos notável, ora revelando toda a sua a excentricidade e postura mais desinibida em Our Heats Will Beat as One ora emocionando-nos com a contenção, entrega e sentimento de Song to the Siren de Tim Buckley.



As covers foram aliás um dos pontos fortes da noite. O concurso da Antena 3 que elegeu "Take on me" dos A-ah como a música dos 80 a ser cantada por David, não o impediu de revisitar as 9 outras seleccionadas (viva "Last Christmas", ecoe "Purple Rain" num coro de vozes, sinta-se a inigualável "Love will tear us apart"...) e os temas da sua escolha (The Knack, Ryan Adams, até Elvis). A faceta de melómano revelou-se, aliada à de músico criativo. Senhoras e senhores, ele até respondeu quando lhe pediram para cantar "Floribella", mas ignorou os apelos por Mónica Sintra. Manobra subtil, mas eficaz, de manutenção de um certo "nível". Brincar sim, mas a música primeiro.



Apoiado num cenário cuidado e extremamente bem planeado, o espectáculo desfilava à nossa frente como se de uma peça de teatro se tratasse. Cada música tinha a sua história, presente nas letras, na voz de David e em toda a envolvente. O espectáculo de luzes assim como as projecções no ecrã, pensadas exclusivamente para cada música (das quais destaco o inspirado vídeo para “Adeus, não afastes os teus olhos dos meus”) davam outra imponência às canções. Atribuíam-lhes uma presença física.



É intrigante como a música, na sua dimensão mais íntima e pessoal, consegue unir tantas pessoas, cada qual sentindo as palavras do músico como suas. Para quem esteve lá, o dia ficará guardado no repositório das boas memórias. Mas memórias vivas, pois esperamos que daqui em diante espectáculos assim se repitam sem precisarmos de afastar os olhos dos seus. Como diria um outro artista nacional de excepção "enquanto houver estrada pr'andar a gente vai continuar". Nós continuaremos contigo David!



Longe da inocência dos Silence 4, David Fonseca tem já um rumo bem traçado. Por palcos nacionais voa mais alto do que o céu lhe permite. Pessoalmente, David Fonseca é um músico de referência a nível mundial e, perdoem-nos o favoritismo, é sem dúvida um dos artistas de eleição dos membros deste blog.

posted by not_alone @ 8:34 da tarde  
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