 Há um momento em Vivre Sa Vie (e Vivre Sa Vie é um filme de muitos momentos) que é capaz de marcar profundamente uma experiência de vida cinéfila. É o momento em que Nana, a inigualável musa de Godard Anna Karina (ele teve mais, musas e mulheres, mas para mim será sempre Anna Karina), entra numa sala de cinema e assiste à Joana D’Arc de Carl Th. Dreyer. Ela vê a condenação à morte de Joana, e aquele instante é como que um anúncio do mal que a espera a ela. Ela chora, nesse plano cuja beleza nos esmaga. Certo que alguns de nós chorarão também. É demasiado forte, é demasiado belo, que se torna assombroso constatar o poder do cinema. Para os que quiserem descobrir ou redescobrir Vivre Sa Vie, o filme será exibido na Gulbenkian, no ciclo “Como o Cinema Era Belo…”, dia 11 de Fevereiro às 18:30. |
Não diria melhor. "Vivre Sa Vie" é um filme todo ele repleto de grandes momentos, mas este será porventura o maior. Nem há palavras para explicar a sensação de assistir a esta cena... É ver, viver e sentir.