Depois de já termos destacado no Take a Break uma das maiores produções da televisão americana, "Sete Palmos de Terra", destaco esta semana a fantástica série "Anjos na América”. Com uma trama complexa e, ao mesmo tempo, tão simples, a história entranha-se e cruza-se, como as nossas próprias veias. Os temas são os que mais nos chocam e constrangem. A realidade é a mais verdadeira e fria, sem segunda oportunidades – neste caso, tipicamente americana. A história é assim, por dentro da pele. Para este resultado estrondoso, contribui um conjunto inigualável de actores que não só são os “outros” – os que vemos, tocamos e sentimos em nossa volta; mas também aqueles que só vivem no nosso imaginário. O mundo paralelo é o ponto forte da história, onde tudo funciona como um escape à doença física e à doença social, e onde reinam a criação e a liberdade. Os anjos poderão, efectivamente, existir. Basta procurá-los.
Não desfazendo a "Sete Palmos de Terra", a minha série de elição, é-me impossível não tirar o chapéu a este magnífico diamante cinematográfico. Foi cuidadosamente lapidado a partir de uma peça de teatro (não é ele a fonte de toda a representação?) de Tony Kushner, aliás Pulitzer granted, e bem merecido, um autêntico labirinto que faria jus a Umberto Eco, mas desta feita com o condão de reflectir criticando a contemporaneidade, a nossa realidade de todos os dias, todas as nossas alegrias e tristezas, choques e confrontos. Nem vou falar nos actores, eles simplesmente voam ali! E o genérico, uma obra de arte, dá-nos uma visão de Nova Iorque a partir dos céus com especial relevo para o Central Park e para todos esses Anjos, aqueles que andam por aí, perdidos, nas ruas, aqueles que ninguém vê porque se habituaram a passar sem pensar, a Nova Iorque de Capote e dos seus contrastes unificantes. E há outra coisa que não posso deixar de dizer: é que o grupo de teatro universitário da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL) teve em cena no mês passado uma peça intitulada "A Vossos Pés o Meu Coração", adaptação de cenas presentes em três argumentos fenomenais que deram em filme: "Dangerous Liaisons", "Closer" e "Angels in America" (http://nnt.web.pt/). E, para que conste, e não fique esquecido, o realizador Mike Nichols, esse prodígio que nos deu a mini-série Angels in America, realizou o filme não menos interessante (e também adaptado de uma peça de teatro) Closer, onde a interessantíssima Natalie Portman nos brinda com a sua capacidade representativa, ou melhor dizendo outrante, para parafrasear Pessoa.
De facto, não sei quem são, mas uma coisa I do know: este é certamente um dos melhores blogs portugueses que já vi. Keep up the good work, e especialmente com as análises cuidadosamente destiladas.
Sim, Anjos na América, quanto a mim, está à altura de Sete Palmos de Terra. É uma mini-série brilhante a todos os níveis. Vi-a de empreitada, com pausa apenas para comer nos intervalos e foi uma experiencia avassaladora.
Não desfazendo a "Sete Palmos de Terra", a minha série de elição, é-me impossível não tirar o chapéu a este magnífico diamante cinematográfico. Foi cuidadosamente lapidado a partir de uma peça de teatro (não é ele a fonte de toda a representação?) de Tony Kushner, aliás Pulitzer granted, e bem merecido, um autêntico labirinto que faria jus a Umberto Eco, mas desta feita com o condão de reflectir criticando a contemporaneidade, a nossa realidade de todos os dias, todas as nossas alegrias e tristezas, choques e confrontos. Nem vou falar nos actores, eles simplesmente voam ali! E o genérico, uma obra de arte, dá-nos uma visão de Nova Iorque a partir dos céus com especial relevo para o Central Park e para todos esses Anjos, aqueles que andam por aí, perdidos, nas ruas, aqueles que ninguém vê porque se habituaram a passar sem pensar, a Nova Iorque de Capote e dos seus contrastes unificantes. E há outra coisa que não posso deixar de dizer: é que o grupo de teatro universitário da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL) teve em cena no mês passado uma peça intitulada "A Vossos Pés o Meu Coração", adaptação de cenas presentes em três argumentos fenomenais que deram em filme: "Dangerous Liaisons", "Closer" e "Angels in America" (http://nnt.web.pt/). E, para que conste, e não fique esquecido, o realizador Mike Nichols, esse prodígio que nos deu a mini-série Angels in America, realizou o filme não menos interessante (e também adaptado de uma peça de teatro) Closer, onde a interessantíssima Natalie Portman nos brinda com a sua capacidade representativa, ou melhor dizendo outrante, para parafrasear Pessoa.
De facto, não sei quem são, mas uma coisa I do know: este é certamente um dos melhores blogs portugueses que já vi. Keep up the good work, e especialmente com as análises cuidadosamente destiladas.