1924. O cinema sueco, um dos mais singulares dos cinemas mudos, estava num auge. Como etérea protagonista uma estrela em ascensão, que em breve Hollywood consagraria a nível mundial: Greta Garbo. Por detrás das câmaras o mago que a revelou, como Sternberg revelaria Marlene Dietrich: Mauritz Stiller. Como base uma obra de Selma Lagerlöf, escritora do amor, da morte e da redenção, primeira mulher a receber um Prémio Nobel da Literatura. Falo de Gösta Berlings Saga que descobri em dvd, em todo o seu esplendor de três horas. De todos os momentos, a decisiva travessia dos amantes no gelo foi o que mais me impressionou. Uma cena de uma sensualidade avassaladora, dos mais singulares picos do cinema mudo que vi até hoje. Partilho-o aqui convosco, exortando à descoberta deste filme extraordinário.
Lembro-me bem que passou e que não pude ir... Mas salvo erro era uma versão muitíssimo reduzida, ou seriam na mesma as 3h? É que não imagino mesmo este filme truncado...
Vi-o o ano passado na Cinemateca, e é sensacional. Também foi a cena do gelo que me marcou mais, curiosamente.