
De todos os filmes que vi do senhor Wong Kar-Wai – todos deslumbrantes – talvez nenhum alcance a totalidade intocável de “In the Mood for Love”. A história é tão simples quanto a descoberta do amor entre um homem e uma mulher que percebem que os seus cônjuges têm um caso juntos. Mas o seu amor é contrariado pelos próprios, que não querem ser como eles. Podemos resumir este filme por estas linhas gerais? Claro que não. Porque o filme é construído pelos pormenores, pelas atmosferas, pelos silêncios musicais, os planos fascinados com as pessoas e os espaços, as sequências em câmara lenta, a fotografia que nos prova inequivocamente que foi para se fazerem coisas como estas que o cinema passou a ser a cores. Maggie Cheung e Tony Leung aparecem-nos como o par mais elegante do cinema (basta atentar nesta sequência das escadas que escolhi para acompanhar o post) e a sua história de amor como uma das mais tristemente belas de sempre. Um filme para ver e rever e rever e amar com os olhos e com o coração.
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H.,
sem dúvida, mas sem dúvida absolutamente nenhuma...