Estamos em terreno surreal, a meio caminho entre os recantos mais torturados da mente, em forma de pesadelos e desejos sexuais. É, certamente, um dos filmes mais arrojados que alguma vez me lembro de ter visto, e também dos mais brilhantes. É cinema em estado puro. É Bergman, para ir de encontro a uma conversa tida aquando do anterior Grande Momento, mas deixando um pouco de lado a sua arte enquanto director de actores, e destacando a de brilhante manipulador de imagens mais experimental. Quem nunca viu Persona, tem aqui os primeiros 6 minutos e meio, mas fica desde já avisado: é diferente de tudo o que alguma vez viu.
Ao contrário do outro Carlos Pereira aqui de cima, eu concordo em absoluto. Persona vive de uma possibilidade de fusão, corporal e sentimental, que é ímpar no Cinema. É Bergman a explorar ao máximo a índole humana em ambiência obsessiva e hipnótica. Obra-prima, portanto.
Persona é uma das mais intensas e transcendentes experiências cinematográficas que já tive. É algo que transcende completamente todas as convenções e se demarca como um dos exercícios mais extremos e viscerais de cinema. Absolutamente brilhante.
Não concordo, de todo, mas é um grande filme. Sublime, viril... Exausto.