quarta-feira, dezembro 17, 2008
O Final
Há opiniões que se têm acerca de um filme ou do conceito de cinema em geral...

Sempre prezei o final de um filme, aquele momento chave em que a história acaba. Dentro desta ideia, sempre preferi as narrativas abertas... Ainda assim, seja a narrativa aberta ou fechada, seja o filme narrativo ou não, aquela última imagem ou último som que se prolonga no genérico final é um estímulo biológico, em minha opinião, capaz de influenciar de modo decisivo a forma como se encara e aprecia um filme. Ao fim e ao cabo, é sempre uma questão biológica, como sempre foi desde que Eisenstein formulou a teoria da montagem, como sempre fora antes, ainda que não se soubesse, que não se tivesse inteligido...

De qualquer forma, escrevo estas palavras apenas para falar de um filme que vi, pela primeira vez, há poucos dias e que, caso tivesse um outro final, até poderia considerar muito bom...

O que acharam vocês de "A guerra dos mundos"?
posted by Ursdens @ 1:23 da tarde  
9 Comments:
  • At 3:18 da tarde, Blogger ArmPauloFerreira said…

    É um filme muito bom e com um final inteligentíssimo.

    Foi o nosso sangue e a adaptação própria da natureza a se adaptar a situações hostis que arruinou os extra-terrestres.
    Eles queriam sangue e ao sugar todos os tipos de sangue diferentes (e possivelmente com a ajuda dos já infeccionados) endureceu o sangue aos aliens...

    É por isso que Spielberg faz na transição do final do filme para o genérico um potente zoom ao mundo microscópico das células em acção.

     
  • At 3:19 da tarde, Blogger P.R said…

    Eu gostei bastante do filme. E tenho pena que Spielberg se tenha deixado levar pelo seu lado lamechas no fim. O final prejudica claramente o filme porque desilude. Porque chegamos ao fim e achamos inacreditável como é que [spoilers] o puto sobreviveu. Não me convenceu. :)

     
  • At 7:20 da tarde, Blogger Juom said…

    Eu gosto bastante do filme, mas também tenho alguns problemas com o final, não por ser lamechas (isso é discutível, não acho que seja ao ponto de arruinar o filme, mas percebo perfeitamente que assim o classifiquem) mas porque me pareceu ser demasiado abrupto embora perfeitamente coerente com todo o filme (se se reparar bem, há indícios da forma como tudo se resolverá ao longo do filme, começando com a pequena Rachel a dizer que não quer que o pai lhe tire uma lasca dos dedos porque o seu corpo tem as defesas necessárias para o fazer sozinho). Talvez seja uma tendência natural dos argumentos de David Koepp, que por exemplo também em Snake Eyes consegue comprometer um bocado o filme com uma conclusão atabalhoada. Felizmente, Spielberg e De Palma são demasiado bons para que o que está para trás seja arruinado por isso.

    Por falar em finais, ainda hoje vi pela primeira vez (excelente) filme deste ano, O Orfanato, e embora tenha gostado imenso, tenha ficado com a sensação de que podia ter terminado 1 ou 2 minutos mais cedo...

     
  • At 9:29 da manhã, Blogger Ursdens said…

    A tal história do puto sobreviver é ridícula de facto, mas isso é problema do argumento...

    De qualquer forma, quando disse que não gostava do fim foi precisamente por ser abrupto... Aquele zoom rapidíssimo e puf..., já acabou... Faz sentido e até se integra no contexto do filme, mas é feio, não gosto...

    De qualquer forma, é a minha opinião e, pelos vistos, há quem a compartilhe... :)

    Cumprimentos cinéfilos!

     
  • At 10:27 da manhã, Blogger P. said…

    Eu gostei do filme e achei que não era de todo uma má adaptação. O final é um pouco abrupto mas também já o era na história original. Começa e termina de forma inesperada e até acho que funciona bem, como no livro. Mas quanto ao filme aquelua cena toda do Tim Robbins está fantástica e já perdoava quase tudo num filme.

     
  • At 11:10 da manhã, Blogger Ursdens said…

    Não li o livro...

     
  • At 12:11 da tarde, Blogger JB said…

    Bem, é um excelente filme, que supera na minha opinião o original dos anos 50. Mas vindo de Spielberg não é de admirar.
    O final é o que tinha de ser. Todos sabem que em filmes de Hollywood é raro uma criança morrer, a menos que se trate de algum massacre de grandes proporções. Talvez ate seja lamechas, mas o filme girou todou à volta de uma situação lamechas (e não estou a falar do aliens, mas da relação entre pai e filhos), por isso creio que foi o final ideal.

     
  • At 2:48 da tarde, Blogger The movie_man said…

    A Guerra dos Mundos acaba por se um anti-blockbuster realizado pelo pai dos blockbusters (a ideia de acompanharmos uma família enquanto o planeta é invadido por extra-terrestres vai contra os clichés do género: os estragemas militares, as várias perpectivas de várias personagens, as situações lamechas, etc.). Aqui temos os problemas dessa família enquanto vemos tal invasão pelos seus olhos, permitindo o espectador saber o mesmo que os protagonistas e nada mais. Quanto ao final, embora esteja bem conseguido perde por um facto: a necessidade do happy ending. SPOILER: O ressurgimento do filho desaparecido é algo sem nexo e que nos traz o forçado happy ending. Apreciei bastante o filme, menos esse pequeno pormenor. Mas não me estragou a experiência do filme, isso não.

    Abraços e Feliz Natal!

     
  • At 5:38 da tarde, Blogger aquelabruxa said…

    não gostaste do fim com a voz do morgan freeman?

     
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