A estreia de Manoel de Oliveira atrás das câmaras pauta-se pelo experimentalismo e, acima de tudo, pela enorme vontade de compreender uma forma de arte que tanto o fascina, algo que transparece plenamente em cada plano do filme. Com influências claras de Eisenstein ou de outras obras da época, nomeadamente Berlim, Sinfonia de Uma Cidade, Oliveira construiu um retrato valiosíssimo sobre a actividade marítima na cidade que o viu nascer, com o Douro como paisagem e, tal como o rio, também as imagens do realizador fluem na tela com uma beleza rara. Ainda hoje impressiona pela ousadia e pela forma como concilia a vertente documental com um trabalho de criação cinematográfica ímpar. São curtos mas obrigatórios 18 minutos. Paulo |