quinta-feira, dezembro 11, 2008
A caixa

Adaptado de uma peça, A Caixa podia ser readaptada a teatro. Confuso? A noção é simples: tudo se passa num espaço mínimo, nas escadinhas de S. Cristovão, na Mouraria. Num bairro lisboeta que denuncia uma cidade suja e estranhamente bela. Vemos um cego (Luis Miguel Cintra) sentado à porta de casa com uma caixa de esmolas na mão. Aquele homem e o seu objecto vão ser o ponto central ao longo do filme. Olhamos para aqueles olhos, aquela expressão… Luis Miguel Cintra devora-nos por completo, mostrando o brilhante actor que é.

Quase em jeito de alegoria, a pouco e pouco vão entrando em palco as pequenas caricaturas, ligadas pelo bairro lisboeta onde vivem, mas também por uma vaga ideia de absurdo. Sofia Alves (a puta, como é tratada no filme), Beatriz Batarda (a filha do homem cego) também com excelentes interpretações. Há qualquer coisa de negro nest’A Caixa. Aquela “portugalidade” não nos é estranha…

Ao longo do filme a calma parece acompanhada por uma leve e insistente tristeza. Esta quebra-se em dois momentos, num pequeno instante em que vemos dezenas de pessoas a passar na rua, transmitindo um pouco do ritmo de uma grande cidade. E num último momento, em tom de tragédia esculpida ao sabor de uma navalha.

P.
posted by P.R @ 5:48 da tarde  
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