"He's not my son"
"I want my son back"
"You're not my son"
Nós percebemos a ideia. Nos primeiros 15 minutos. Era mesmo necessário metade de um filme em que Angelina Jolie se limita a repetir a mesma frase (e suas variantes) ? Eu acho que não. Assim como achei o melodrama da vida real demasiado lamechas, insípido e até mesmo... aborrecido.
Clint Eastwood falhou redondamente desta vez. Não lhe basta uma boa história, uma grande actriz e um passado recente de vitórias, para conseguir mais uma obra prima. Longe disso. Changeling está carregado de sensações de dejá-vu. E desta vez não falo da irritante frase que Angelina Jolie repete até à exaustão. Falo sim, de todos os cenários repescados de outras obras, colados à pressa sem cuidado aparente com a linha temporal. Temos a cena mãe-filho, a cena do reencontro, a cena na esquadra, no hospício, no tribunal, os flashbacks (que nos manipulam e relembram: chorem, que isto é uma história mais ou menos real). Cheguei a duvidar de que isto seria mesmo Eastwood e perguntei: onde estão todas as subtilezas a que ele nos habituou? O que é feito da sua visão crua do mundo real, que nos mostrou em Mystic River, por exemplo?
Tudo isto cheira, demasiado a Oscar para realmente nos fazer importar com a história ou com os personagens. E Angelina Jolie. A mãe despedaçada não é mais do que uma frase solta. "Eu quero o meu filho". "Eu quero o meu filho". "Eu quero o meu filho". Ahm, já procuraste debaixo do chapéu?
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A crítica está porreira (só não compreendi totalmente a pergunta final) mas apesar da crítica pouco meiga, continuo curioso com o filme. Apesar de tudo clint eastwood tem tido um trabalho muito bom nos últimos anos.