terça-feira, janeiro 27, 2009
O Estranho Caso de Benjamin Button

É estranho pensar no caminho de David Fincher, em como o tratamento estético das suas imagens e a sua concisão dramatúrgica foram evoluindo profundamente nos últimos anos. Continuo a amar Fight Club, mas é esta maturação presente, consciente equilíbrio entre clássico e moderno, que julgo tornar Fincher num dos maiores mestres contemporâneos. É demasiado belo, demasiado comovente, e no entanto não existem artifícios para tal; pelo contrário, sente-se um distanciamento cada vez maior que favorece o realismo das ideias, os tempos perfeitos, os enquadramentos certos. Aliás, foi precisamente David Fincher que afirmou só existirem duas formas de filmar um plano, sendo uma delas errada. Que épico é este capaz de nos reunir com o poder redentor do Cinema? É um filme sobre o tempo, já o sabemos, mas também sobre a entrega justa a esse tempo. Filme primitivo nos ensinamentos humanos, radical na construção das suas imagens e da sua história. Ao relembrar-nos o essencial - e são esses filmes que interessam - The Curious Case of Benjamin Button assume-se como uma obra-prima instantânea. E dificilmente haverá par como Pitt e Blanchett este ano, de uma entrega absoluta que transforma o filme de Fincher num fabuloso tratado do cinema-corpo.
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posted by Carlos Pereira @ 2:30 da tarde  
4 Comments:
  • At 3:09 da tarde, Blogger P.R said…

    O que falta em termos narrativos (a 1 hora e a ultima hora são brilhantes mas o filme perde algum fulgor na transição), sobre em emoção e em beleza. Por isso acho que também daria as 5 estrelas. E já que estamos numa altura de Oscars é uma grande injustiça a indiferença ao desempenho colossal da Cate Blanchett!

    Um abraço!

     
  • At 3:15 da tarde, Blogger not_alone said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 7:47 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Concordo com o Pedro que o filme perde algo a meio para voltar a recuperar. Não acho, contudo, que chegue ao nível genial em momento algum: talvez no final se aproxime bastante. Apesar de ser bastante bom tecnicamente, há opções narrativas que pessoalmente não me dizem muito. De resto, é um filme muito bom. E deixar a Cate de fora da corrida de Oscar é criminoso.

     
  • At 4:11 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Pois é... Para mim esta filme teve muito pouco de genial. Bons efeitos especiais, correcto. Boa caracterização, correcto afirmativo. Boa história e bom aproveitamento dela, incorrecto e negativo. O filme, por estranho que parece, e por invulgar que seja esta ficção, não nos conta nada de mais. Não nos faz pensar em nada que já não tenhamos pensado, é muito grande o filme para o pouco que nos conta. N
    ao gosto de filme que não me deixam a pensar, pela história em, e pela maneira como a contam. O filme mostra tudo, muito pormenorizado, nem temos a oportunidade de pensar: «Epah! o que é que será que vai acontecer?!», porque no segundo a seguir já te estão a contar tudo...a passo de caracol.
    Bem...a Cate esteve bem, mas o Brad Pitt já estev muito melhor, no entanto, verdade seja dita, a forma como a personagem do Benjamin estava desenvolvida não dava para muito mais. Mesmo interpretado por outro actor este papel não é de todo merecedor de um oscar.

    Hasta lá vista..

    Xau xau..beijinhos beijinhos

     
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