"Umberto D" é um poço infindável de cinema. É algo que nos comove com o seu profundo retrato de uma época, dos desencantos, das misérias e da eterna luta por um dignidade perdida. É uma história de laços afectivos, com um companheiro em forma de cão e com um presente em forma de pesadelo. De Sica, um dos mestres do neo-realismo italiano, cria aqui não só um mero objecto artístico, mas um documentário que reflecte a nossa, por vezes, imensamente pobre condição humana.
E De Sica foi o italiano mais neo-realista possível. O mais pessimista. Tanto este como Ladri di Biciclette, são dois belos exemplos do que De Sica era, da sua procura em explorar essa decadência humana face às vissicitudes, aqui personificadas pela velhice e em Ladri di Biciclette pelo desemprego. E este neo-realismo crítico do meio social (italiano) da época só o vemos em De Sica e em La Strada de Fellini, porque embora Rossellini e Visconti sejam os "pais" do neo-realismo, sempre optaram por um neo-realismo mais romantizado (principalmente Visconti). Sem dúvida um grande filme, mas a minha preferência recai no brilhante Ladri di Biciclette.
E De Sica foi o italiano mais neo-realista possível. O mais pessimista. Tanto este como Ladri di Biciclette, são dois belos exemplos do que De Sica era, da sua procura em explorar essa decadência humana face às vissicitudes, aqui personificadas pela velhice e em Ladri di Biciclette pelo desemprego. E este neo-realismo crítico do meio social (italiano) da época só o vemos em De Sica e em La Strada de Fellini, porque embora Rossellini e Visconti sejam os "pais" do neo-realismo, sempre optaram por um neo-realismo mais romantizado (principalmente Visconti). Sem dúvida um grande filme, mas a minha preferência recai no brilhante Ladri di Biciclette.