Girl Talk é aquilo que podemos carinhosamente chamar de uma orgia musical. Imaginem um medley em esteróides. Cada música (se é que lhe podemos chamar assim) é composta, exclusivamente, por samples de outras músicas. Basicamente é um Frankenstein da música, em que o seu criador dá pelo nome de Gregg Gillis. Músico da Pennsylvania a quem o The New York Times apelidou de “a lawsuit waiting to happen.”(Uma acção judicial prestes a acontecer.) É que muitos dos samples que Girl Talk utiliza para construir as suas músicas são usadas sem o consentimento dos artistas.
Polémicas e burocracias à parte, Girl Talk é um fenómeno interessante. É música feita a partir de música, é a reciclagem da música. Que acaba por resultar numa experiência gratificante. Do início ao fim, não damos pela mudança de faixa. É uma espécie de DJ set em cd. Num mundo musical tão diverso, há referências que não escapam ao ouvido mais atento e no caso especifico deste álbum, os artistas são tão distintos como: Roy Orbison, Britney Spears, Radiohead, Outkast, Lil’ Wayne (e a lista continua… e continua…)
Para melómanos, é o álbum feito por encomenda. A batida electro, o rap, o hip-hop, a classe indie, a onda retro dos anos 80 e 70 (agora tão em voga) agradam a gregos, troianos e todos no intermédio. Fala-se no futuro da música. Ele passa, definitivamente por aqui.
|