segunda-feira, setembro 15, 2008
Emmys: Lost

Sem qualquer espécie de contenção, sou dos que afirma que Lost é a melhor série televisiva da actualidade. Sim, eu sei perfeitamente que muitos espectadores assíduos foram perdendo o interesse, algures entre o final da segunda temporada e a primeira parte da terceira, mas pessoalmente a minha atenção e devoção foram de completo crescendo até ao fulminante final da quarta temporada. Acima de tudo, destaca-se a sua total e completa capacidade de reinvenção, onde muito mais do que tantar criar surpresas constantes ao espectador, Lost renova-se a cada temporada e, aqueles que têm seguido a série com interesse, devem olhar para trás e pensar no quão “normais” eram os primeiros episódios quando comparados com a complexidade entretanto criada.

Mas, para além de tudo isto, as personagens são sempre o centro das atenções, e aquilo que mais contribui para o sucesso da série. Isto porque nunca adiantaria de muito andar tanto tempo por esta ilha a acompanhar gente desinteressante, daí os seus criadores nos oferecerem verdadeiras personagens, com a complexidade e riqueza psicológica ao nível do melhor que se faz. Quem julga que sabe o que vai encontrar nesta série com base numa qualquer sinopse está, pois, redondamente enganado, e cada temporada tem-se revelado totalmente diferente da anterior, onde quer a nível temático, quer a nível narrativo, tudo está em constante mutação.

Quanto à temporada em questão, que agora surge nomeada para dois Emmys, tratou de confirmar o seu crescendo, conseguindo mesmo incluir alguns dos melhores episódios de toda a série, incluindo “The Constant”, algo que não só leva ao limite a manipulação narrativa e cronológica da série, como confirma definitivamente o arrojo dos seus criadores que, afastando-se completamente da banalidade das fórmulas televisivas, nos oferece algo nunca antes visto numa série desta envergadura. E, como não poderia deixar de ser, tudo termina de forma comovente e intrigante. Acção, aventura, drama, ficção científica e mesmo terror, e aqui está o que de melhor a televisão tem para nos oferecer. Entretém e desafia o espectador, o que, no panorama televisivo (e mesmo cinematográfico) mundial, é uma raridade. A quinta temporada está a caminho e, a julgar pelo anterior final, as cartas serão novamente lançadas e tudo será diferente. We need to go back!
posted by Juom @ 11:38 da manhã  
8 Comments:
  • At 12:13 da tarde, Blogger P.R said…

    Pois eu sou mesmo um daqueles que perdeu o interesse e que acha a série uma das mais sobrevalorizadas dos ultimos anos. A série vai beber a muitooos lados (*cof* The Langoliers "cof") e nem sempre é feliz na sua junção. Mas prometo que um dia dou uma segunda oportunidade e volto à ilha :P

     
  • At 1:46 da tarde, Blogger Ana Silva said…

    Bem, quanto a mim, que só vi 2 ou 3 episódios e que apanhei na RTP uma das tais sinopses, confesso que fiquei cheia de vontade de ver a série depois de ler este texto. =) Para além, claro, de ter uma especial predilecção por ilhas. ;)

     
  • At 3:08 da tarde, Blogger Juom said…

    Pedro, essas influências sempre foram assumidíssimas pelos criadores da série, e Stephen King um dos mais apreciados por aqueles lados (aliás, os seus livros são recorrente e directamente referidos nos próprios episódios). Mas, acredita, "Lost" é um ser independente e de méritos próprios. E tem uma capacidade de risco que mais nenhuma série americana de canal aberto e horário nobre tem.

    Ana, ainda bem que o texto te despertou alguma curiosidade. Vale mesmo a pena seguir este fenómeno que começou por ser de enorme popularidade e se tem tornado num grande culto.

     
  • At 7:27 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Essa situação de os criadores serem fans assumidos do Stephen King é gira, porque o próprio King é fan incondicional da série. :p
    De resto, acho que sintetizaste muito bem este fenómeno, Paulo. É uma série que se encontra num patamar inatingível actualmente e tende a subir a fasquia cada vez mais. Pessoalmente nunca vi nada assim e ou muito me engano ou estamos perante um ponto de viragem no entretenimento televisivo.

     
  • At 8:52 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Alguém já viu o True Blood?

     
  • At 10:16 da tarde, Blogger Juom said…

    Nader, eu ainda não vi, mas a curiosidade é imensa. Já lhe conseguiste deitar olhos em cima? Vale a pena? Pensava que isso ainda não tinha sido transmitido.

     
  • At 10:17 da tarde, Blogger Juom said…

    Ah, e Miguel, por acaso não sabia que Stephen King era fã de Lost, mas deve gostar bastante, quanto mais não seja porque quase sempre que alguma personagem surge a ler um livro, é da sua autoria, eheheh.

    Abraço.

     
  • At 8:46 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Outra muito boa: Fringe (aka X-Files 2.0!)

     
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