quinta-feira, abril 30, 2009
Post de Escuta | aCORDA
Lembremos o óbvio: vivemos num tempo em que tudo acontece demasiado depressa. E foi nessa rapidez do tempo que o Take a Break se fez blog. A vontade não poderia ser mais simples: dizer algo sobre cultura. Um simples exercício: incerto, mutável e dedicado – como tantos outros espalhados por essa blogosfera. Desta vez decidimos fazer algo de diferente. Pegámos na força democrática que define a Web e acabámos por devolver algo. Chamem-lhe tempo de antena, chamem-lhe espaço mediático, o que quiserem. Gostamos de pensar que não é mais do que aprendizagem.

Hoje inauguramos uma nova rubrica: Post de Escuta.

E é uma simples forma de dar voz a outros. O Post de Escuta quer ser um espaço de entrevista e de difusão para bandas e artistas que povoam o Myspace. E que habitualmente não têm atenção.

Queremos estar atentos à música que se faz por aí. E sempre que possível reservamos um pequeno espaço aqui no Take a Break, para que mais pessoas também possam ouvir.

Hoje ficam com a rubrica inaugural. De futuro pedimos que não se acanhem. Caso conheçam algum projecto (e pode ser o vosso próprio projecto) que poderia ter um espaço aqui no Take A Break, é só dizer. takeabreak.mail@gmail.com

Take a Break
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Post de Escuta aCORDA


www.myspace.com/acordaproject

Sara e Tiago. Dois nomes, duas pessoas num único gesto musical. Juntaram-se num pequeno projecto. O Take a Break ouviu a sua música. E antes que a estranheza tomasse conta do momento, já os nossos corpos se mostravam inquietos, balançados pelo inevitável ritmo. Venceram recentemente o concurso Jovens Criadores 2008, organizado pelo IPJ e pelo CPAI. Perguntámos quem eram. E aCorda respondeu.

Definam o vosso projecto à la twitter.

aCorda foi tecida pela disposição de experimentar, com base em conceitos e improvisações subjacentes à capacidade criativa de duas pessoas que se movem não só, mas também pelo vasto mundo da voz.

(195 caracteres… aCorda não cedeu à twitterização)

Quais são as vossas referências musicais?

SB –São muito variadas. Vão desde a música clássica ao jazz, passando pela experimental, pelo pop e pelo rock: Meredith Monk, Mozart, Ella Fitzgerald, Jacques Brel, Bobby McFerrin, Velvet Underground, Bach, Mler If Dada, Betty Carter, Salif Keita e Farinha Master, entre outros.

TG – Também tenho demasiadas referências. Variam um pouco consoante o meu objectivo perante a música. Tendo em conta as influências para aquilo que faço, parece-me bem enunciar Stomp, Mayumana, Tap Dogs, Gumboots, Cirque du Soleil, Bobby McFerrin, Pedro Carneiro, Kodo, Bauchklang, Mamady Keita, Beardyman, Guem Adama Dramé, Thapelo Khomo, Giovanni Hidalgo. No entanto, ficam muitíssimos outros por referir, em diversos estilos musicais...


A música é para ser uma aposta de carreira, ou apenas um hobby?

SB – A música já é uma aposta de carreira, no meu caso. Divido-me entre a música clássica, o Jazz e a música experimental, a par de um percurso artístico como actriz.

TG – Acima de tudo, é para continuar a ser uma paixão. Neste momento, para mim, é um hobby, mas tento sempre estar cada vez mais ligado à música. Faz parte de mim.

Ganharam o ‘Jovens Criadores 2008’. Qual é a mais-valia destas iniciativas?

TG – O facto de promoverem a cultura através de variadas vertentes artísticas. Apela-se à criação, promove-se o encontro, revela-se a criatividade…

S.B. – E é um estímulo para desenvolvermos o nosso projecto futuramente.

Tiago, vais representar Portugal a Berlim no Beatbox Battle World Championship. Quais são as tuas expectativas?

TG – Bem, tenho expectativas elevadas em relação à experiência, mas vou um bocado ao sabor do imprevisto. Vou-me deixar levar pelo ritmo, pelo convívio e pela vontade de conhecer, partilhar e improvisar. Afinal de contas, não é todos os dias que se tem a oportunidade de estar em grande confraternização com os melhores do mundo!

Qual foi o último cd que compraram?

SB – Se bem me lembro, foi o Fin’ Amor, de Martin Codax.

TG – A última vez comprei cinco CD’s, todos de percussão, através de uma encomenda online. Destaco o Global Drum Project, de Mickey Hart e Zakir Hussain.

E qual é "O" vosso album?

TG – Para mim não existe ‘O’, mas sim ‘OS’. E são muitos.

SB – Isso é extremamente difícil de responder. A música que oiço tem muito que ver com a disposição com que estou. Se num dia ouvir Ravel é maravilhoso, noutro dia a Rita Lee é o que mais faz sentido ouvir. Por isso, é muito relativo...

Quem é que não suportam? (musicalmente falando)

SB – Musicalmente falando, não gosto nada de Mafalda Veiga, Il Divo, João Pedro Pais, Delfins, Pólo Norte e Britney Spears, para citar alguns.

TG – Não tenho nenhum ódio de estimação, mas claro que há muita coisa que não aprecio. Eu suporto ‘tudo’, ainda que alguns exemplos não goste de ouvir mais que meia dúzia de segundos.

Já vos pediram autógrafos ?

SB – Neste projecto ainda não, mas noutras ocasiões, sim.

TG – Neste projecto ainda não, mas noutras ocasiões, também não. [risos] Só na brincadeira, mesmo.

Têm agora antena aberta para convidar os visitantes do Take a Break a conhecerem a vossa música...

A descoberta através de experiências e troca de ideias permitiu-nos vislumbrar uma ligação forte. A voz e o beatboxing unem-se uma vez que têm a mesma base, e as estruturas criadas reflectem ritmos, melodias e ambiências que se complementam dinâmica e naturalmente. O espaço sonoro é pura e simplesmente vocal e, através de divagações e viagens, contam-se ‘histórias’ que podem ser mostradas ao espectador de diversas maneiras e com diferentes objectivos.

Uma vez que tentamos proporcionar uma intensidade única, qualquer pessoa que valorize a expressão artística, a criatividade, o sentido de humor, o experimentalismo ou a improvisação poderá identificar-se em pleno com o nosso projecto.


aCorda vocal project: www.myspace.com/acordaproject

Tiago Grade: www.myspace.com/rizumik

Sara Belo: www.myspace.com/sarabelomix
posted by P.R @ 3:02 da tarde   0 comments
quarta-feira, abril 29, 2009
Crítica | This is England

Como contar um país através da história de um miúdo?

Conhecíamos pouco de Shane Meadows até ao dia em que o realizador nos deu todo um pais encerrado na película. Estamos em 1983: Margaret Thatcher governa um país em guerra, com uma economia estrangulada. Shaun tem doze anos e é um miúdo ruivo desamparado apesar da sua coragem. Perdeu o pai na Guerra das Malvinas. Tem as calças demasiado largas para passar despercebido. É gozado, até encontrar um grupo de skinheads que faz dele a sua mascote. Isto é Inglaterra. Onde o amor surge nos lugares mais inesperados, perdido algures entre a delicadeza e a violência.

Mas esta Inglaterra que nos dão a conhecer tem mais camadas do que aparenta. Afinal não é só Shaun que procura e sente falta de um pai. Todas as personagens, de uma forma mais ou menos convencional e mais ou menos discreta, procuram ser aceites, integradas e acarinhadas. Shane Meadows pega em questões complexas (a família desestruturada, o nacionalismo exacerbado, a juventude sem regras, a discriminação), e dá-lhes um trato sensível, bem longe dos clichés que tantas vezes assombram uma história com potencial, mas que não coube devidamente em filme.

E já que falamos em cinema é de assinalar o trabalho prodigioso do seu realizador, que não só nos oferece momentos fantásticos como ainda pisca o olho a outras obras de culto. De facto, são notórias algumas parecenças, tanto com o bando de “Laranja Mecânica”, pela dinâmica (embora menos violenta) e pelo rigor da apresentação (veja-se o pormenor fantástico dos suspensórios, um autêntico código comum), como com Travis Brickle, de Taxi Driver. Se no filme de Scorsese tínhamos um taxista a treinar para o espelho a célebre frase “Are you talking to me?” aqui temos um puto inglês a ensaiar os insultos aos “monhés” para impressionar o líder do grupo.

Em This is England, felizmente, não falamos no que poderia ter sido. Há aqui uma interessante e riquíssima abordagem à dinâmica social, onde os amigos e os “grupos” são a base e a estrutura daquelas “crianças”. Na sua fragilidade emocional o que os guia é a aceitação. Nas suas mais derivadas formas e conceitos. E estes skinheads não são personagens limitadas ao ódio. Vemos aquele miúdo à procura de algo, vemos um violento Combo (um skinhead trintão interpretado pelo surpreendente Stephen Graham), vemos a bandeira da Inglaterra – também ela uma personagem – elevada, orgulhosa e pesada, e sabemos que estamos perante um obra muito especial.

Especial pela sua narrativa, por ser franca com as suas personagens e por ser um retrato prodigioso de uma geração. Nunca, em nenhum momento do filme, duvidamos que estamos na década de 80. E por quê? Pela atitude. É ela que molda as personagens.

Não é menos do que um pequeno prodígio. Um gesto de entrega e qualidade concebido com tão pouco. É esta a Inglaterra de Shane Meadows. Um pouco auto-biográfica, numa espécie de anti-tributo ao seu país. Aceitemo-la como nos é dada. Instável, cinzenta e violenta, mas também pura, esculpida em filme com uma destreza que lhe desconhecíamos.


por P.
por P.R
posted by P.R @ 4:40 da tarde   1 comments
terça-feira, abril 28, 2009
Sondagem | Qual é a melhor BD adaptada ao cinema?
Num ano em que já pudemos ver Watchmen nos cinemas, e numa altura em Wolverine se prepara para dizimar as bilheteiras mundiais, a próxima sondagem do Take a Break quer saber aquela que, para os nossos leitores, é a Melhor Banda-desenhada adaptada ao cinema.


As alternativas que escolhemos vão desde History of Violence a Spiderman sendo que poderão votar também em outros filmes que não estejam na lista através da opção "Outra".


Como a lista ainda é grande e as adaptações que têm sido feitos maiores ainda, desta vez poderão votar em mais do que uma opção. Portanto vão à nossa barra lateral e comecem a votar nos vossos favoritos. Que ganhe a melhor!

(Quem não conseguir ver a sondagem na barra lateral poderá votar através deste link http://www.polldaddy.com/p/1575870/ )
posted by P.R @ 2:23 da tarde   2 comments
Sondagem | E o melhor filme de Clint Eastwood é...

1# Million Dollar Baby - 26%


O filme protagonizado por Hilary Swank foi aquele que mais votos recebeu dos visitantes do Take a Break. Segue o restante top 5.

2# The Bridges of Madison County - 20%

3# Mystic River - 18%

4# Gran Torino - 13%

5# Unforgiven - 12%


A próxima sondagem segue dentro de momentos.
posted by P.R @ 10:58 da manhã   0 comments
segunda-feira, abril 27, 2009
Green Day em Portugal

A notícia foi avançada há poucos minutos, em primeira-mão, pela Rádio Comercial: Green Day em Portugal. O concerto será dia 28 de Setembro e marca o regresso da banda a Portugal 9 anos depois. Os bilhetes custam entre 32 e 42 euros e são postos à venda a partir de 1 de Maio.
posted by P.R @ 12:41 da tarde   3 comments
sexta-feira, abril 24, 2009
Amália Hoje | Gaivota

É em momentos como este que nos damos conta daquilo que Portugal tem de bom. Daquilo que permanece, mesmo depois de um «fim»; do que realmente faz parte da essência. O talento e a vontade de re-inventar algo merecem o nosso reconhecimento, e este projecto é e promete ser (absolutamente) arrebatador. À voz de Sónia Tavares, à sua capacidade de interpretar cada palavra, rejuvenescendo-a, dando-lhe nova alma e vida, juntam-se os arranjos e a sonoridade grandiosa e esmagadora de Nuno Gonçalves e Fernando Ribeiro.

Quanto ao vídeo, não menos brilhante, recolhe todos os pormenores deliciosos de uma essência que continua na memória de muitos (se não de todos). Desde a 4L da Renault, à magnífica praça do Rossio e ao enigmático teatro D. Maria II: que espelham a reinvindicação, a motivação, a união. A imagem é aqui mais um elemento de profundidade, que nos faz emocionar, nos arrepia, e nos faz querer mais dessa voz, uma voz apaixonada, que ganha corpo nas palavras, que, novamente, não desaparecem...

posted by Ana Silva @ 3:57 da tarde   1 comments
quinta-feira, abril 23, 2009
Cannes 2009: Filmes em competição

Foi hoje anunciada a Selecção Oficial para Cannes que vai abrir com UP, da Pixar.

Segue (impressionante) lista dos filmes que estarão em competição para a Palma D'Ouro.



"Bright Star," Australia-U.K.-France, Jane Campion
"Spring Fever," China-France, Lou Ye
"Antichrist," Denmark-Sweden-France-Italy, Lars von Trier
"Enter the Void," France, Gaspar Noe
"Face," France-Taiwan-Netherlands-Belgium, Tsai Ming-liang
"Les Herbes folles," France-Italy, Alain Resnais
"In the Beginning," France, Xavier Giannoli
"A Prophet," France, Jacques Audiard
"The White Ribbon," Germany-Austria-France, Michael Haneke
"Vengeance," Hong Kong-France-U.S., Johnnie To
"The Time That Remains," Israel-France-Belgium-Italy, Elia Suleiman
"Vincere," Italy-France, Marco Bellocchio
"Kinatay," Philippines, Brillante Mendoza
"Thirst," South Korea-U.S., Park Chan-wook
"Broken Embraces," Spain, Pedro Almodovar
"Map of the Sounds of Tokyo," Spain, Isabel Coixet
"Fish Tank," U.K.-Netherlands, Andrea Arnold
"Looking for Eric," U.K.-France-Belgium-Italy, Ken Loach
"Inglourious Basterds," U.S., Quentin Tarantino
"Taking Woodstock," U.S., Ang Lee



Um festival que junta em competição, Ang Lee, Tarantino, Almodovar, Chan-wook, Johnnie To, Haneke, von Trier, Resnais, entre outros, só pode mesmo ser o melhor do mundo.



Podem consultar o cartaz completo em ttp://www.festival-cannes.com/
posted by P.R @ 3:49 da tarde   0 comments
terça-feira, abril 21, 2009
Crítica Externa | The Decemberists - The Hazards of Love

Os The Decemberists são uma das mais fulcrais bandas do panorama do rock alternativo da última década da música norte-americana. Criadores de uma música com particularidades bastante reconhecíveis, poder-se-à dizer que, actualmente, esta é uma das bandas que mais directamente sabe readaptar e trazer para a realidade contemporânea o conceito de trovador medieval, transportando as histórias de princípes, dragões e princesas para os dias de hoje, sem mutar a sua beleza.

Posto isto, não será difícil deduzir que cada novo álbum dos Decemberists é antecipado por uma corrente de expectativas alimentada pelos indíviduos mais ou menos atentos á música independente norte-americana. A antecipação para The Hazards of Love não foi excepção e se se esperava um álbum bastante acima da média e mais um passo em frente continuando a constante reinvenção da banda, dificilmente estas não foram ultrapassadas. A verdade é que estamos perante um álbum que foge a todas as convenções e possui momentos que facilmente podem figurar entre os mais altos compostos pela banda.

A primeira e mais vistosa particularidade desta nova experiência dos Decemberists é que, tal como o anterior álbum, The Hazards of Love trata-se de uma história. Uma história de amor que facilmente pode ser confundida como proveniente da Idade Média, que nos narra um amor improvável entre uma princesa (Margaret) e um habitante da floresta que muda de forma (William). Margaret fica grávida deste ser e vai ao seu encontro novamente. No entanto, a rainha da floresta, mãe de William, não está satisfeita com a hipotética relação entre o casal e fica do lado de The Rake, o vilão que matou os filhos por os considerar uma maldição devido ao seu elevado número.

Se Colin Meloy, o vocalista da banda, se revela inabalável enquanto William e The Rake, atrás não ficam as performances das artistas convidadas. A voz de Becky Stark veste na perfeição a inocência de Margaret, enquanto Shara Worden (mais conhecida por My Brightest Diamond) enquanto Rainha é absolutamente inesquecível nos seus dois mais fulcrais momentos.

A nível instrumental, será de constatar como os Decemberists continuam a dominar com exímia mestria as suas melodias, conseguindo criar momentos de verdadeira tensão, intercalados por situações de aparente calma, proporcionando no meio transições de grande beleza. Poder-se-à ver isto mais especificamente na doce calma de Isn’t It a Lovely Night em contraponto a The Wanting Comes in Waves. Mais interessante será ainda verificar como a fasquia se eleva à medida que nos aproximamos do final do álbum, com uma tensão crescente desde a fabulosa The Rake’s Song até à reprise de The Wanting Comes in Waves, aqui com uma força absolutamente desarmante, para dar depois lugar à acústica The Drowned (The Hazards of Love #4), que não poderia encerrar o disco de melhor maneira.
Por Miguel Baptista


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Quem quiser enviar as suas críticas, poderá fazê-lo para o email takeabreak.mail@gmail.com
posted by P.R @ 12:31 da manhã   0 comments
segunda-feira, abril 20, 2009
Em contagem decrescente...

Um integral Werner Herzog, filmes de Honoré, Téchiné e Kar Wai, e ainda, a possibilidade de encontrar nomes que nunca se ouviram a fazer cinema que nunca se viu fazer...
É já na quinta feira que começa e a Meca da peregrinação cinéfila é Lisboa!
Mais informações: Aqui.
posted by Ursdens @ 11:49 da manhã   0 comments
sábado, abril 18, 2009
Regressos



Yeah Yeah Yeahs - Y Control


(Vídeo realizado por Spike Jonze)





Relembremos o passado, na expectativa do presente.

Yeah Yeah Yeahs têm novo álbum. Muito bom, por sinal. Spike Jonze (Being John Malkovich / Adaptation)também está de regresso, com um curioso Where the Wild Things Are. Entretanto, ficamos com um excelente vídeo, de uma música ainda melhor, que spike Jonze realizou para a menina Karen O. e seus companheiros.

posted by P. @ 10:18 da manhã   2 comments
sexta-feira, abril 17, 2009
Parece que o aviso já foi feito...
Agora é ver as consequências que isto pode trazer.
posted by P. @ 2:03 da tarde   0 comments
Moby + David Lynch = Videoclip do Ano
Juntemos o talento musical de Moby com a criatividade surrealista de David Lynch e, voilá, temos um dos melhores videoclips do ano.

A música é "Shot in the Back of the Head" do novo album de Moby "Wait for me" que deve sair em Junho.


posted by P.R @ 10:29 da manhã   0 comments
quinta-feira, abril 16, 2009
Sugestão musical - Those Dancing Days

5 meninas suecas que se regozigam a cantarolar música alternativa... Hoje à noite (dia 16 de Abril) no Santiago Alquimista para quem as quiser ver ao vivo. Fica a sugestão!

posted by Ursdens @ 3:31 da tarde   1 comments
quarta-feira, abril 15, 2009
Xutos e Pontapés - Sem Eira nem Beira
Por esta ninguém estava à espera. Há vários anos que os Xutos e Pontapés fazem parte da nossa memória colectiva nacional. Estão naquela fase em que já não precisam de fazer música. "São os Xutos" - e isso costuma chegar. Por regra, já qualquer português os terá visto ao vivo. E qualquer um mconsegue cantarolar umas quantas cantigas, com uns refrões sempre bem orelhudos. Pois bem, já são 30 anos de carreira. E eles voltaram, com um novo single que já começa a dar que falar. Não por uma excelente composição, longe disso, mas porque é um protesto. Um honesto, ingénuo e delicioso protesto. Não são uns Dead Kennedys bem aguçados, nada disso. Mas é curioso, na carreira saudável que fizeram, sempre reconhecidos no nosso meio, há anos que não os ouvíamos assim. Já nos tinhamos habituado apenas a coisas mundanas. Desta vez sairam da sua própria estabilidade, para tentar rock the boat por um bocadinho. Ainda bem. Já não são apenas uns dinossauros anafados. Ainda pulsam vida, na sua própria forma de expressão. E dá gozo, sejamos honestos, com esta nova cantilena bem orelhuda, poder dar liberdade a muitas críticas. Alguma coisa vai mal por aqui, se é preciso serem os Xutos a dar voz ao protesto. Que seja! Vejam o vídeo, mais abaixo está a letra. Já agora digam o que acham...




Letra:

Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um "passou bem"

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar, despedir
Ainda se ficam a rir

Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir encontrar mais força para lutar

Mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir

Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar, enganar
O povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a f***r

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a...

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Dê-me um pouco de atenção
posted by P. @ 12:05 da tarde   3 comments
terça-feira, abril 14, 2009
Trailer: Antichrist
.
O regresso de Lars Von Trier em esperançosas imagens...
posted by Carlos Pereira @ 4:46 da tarde   2 comments
segunda-feira, abril 13, 2009
Grande Momento | Once upon a time in the West
C'era una volta il West (de 1968; em português, Aconteceu no Oeste)

Sergio Leone realiza. Dario Argento e Bernardo Bertolluci dão uma ajuda na história. A música está a cargo de Ennio Morricone. Quatro gigantes italianos que deixaram a sua marca na 7ª Arte.




Início do filme. Três homens estão à espera numa estação de comboios. Em pouco tempo percebemos o ambiente algo sujo, quase rude, que marca o filme. Chega um comboio. Pouco depois ouve-se uma harmónica. O homem que a toca pergunta por Frank. Estão finalmente frente a frente, preparados para o tiroteio inevitável. Disparos. Quatro homens caem. Apenas um se levanta. O que se segue é uma obra portentosa a todos os níveis. Uma lenta caminhada a caminho da morte.Pesarosa. Árida. Violenta.

posted by P. @ 4:37 da tarde   2 comments
Sugestão Musical | Dark Was The Night


Isto é uma peça de ouro para quem gosta do panorama indie. Ou, simplesmente, para quem gosta de ouvir grandes canções, interpretadas por alguns dos nomes maiores da música alternativa. Dark Was The Night estabelece-se como mais do que uma reunião de artistas. A verdade é que consegue ser uma compilação com sentido, coesa, relevante. Podia destacar alguns dos nomes que a compõem mas não consigo deixar ninguém de fora. Deixo portanto a lista dos artistas e das canções que interpretam e deixo também o conselho: não passem ao lado deste álbum.

Dirty Projectors + David Byrne - Knotty Pine
The Books feat. Jose Gonzalez - Cello Song
Feist + Ben Gibbard - Train Song
Bon Iver - Brackett, WI
Grizzly Bear - Deep Blue Sea
The National - So Far Around the Bend
Yeasayer - Tightrope
My Brightest Diamond - Feeling Good
Kronos Quartet - Dark Was the Night
Antony + Bryce Dessner - I Was Young When I Left Home
Justin Vernon + Aaron Dessner - Big Red Machine
The Decemberists - Sleepless
Iron and Wine - Stolen Houses (Die)
Grizzly Bear + Feist - Service Bell
Sufjan Stevens - You Are The Blood
Spoon - Well-Alright
Arcade Fire - Lenin
Beirut - Mimizan
My Morning Jacket - El Caporal
Sharon Jones & The Dap-Kings - Inspiration Information
Dave Sitek - With A Girl Like You
Buck 65 Remix (feat. Sufjan Stevens + Serengeti) - Blood Pt 2
The New Pornographers - Hey, Snow White
Yo La Tengo - Gentle Hour
Stuart Murdoch - Another Saturday
Riceboy Sleeps - Happiness
Cat Power + Dirty Delta Blues - Amazing Grace
Andrew Bird - The Giant Of Illinois
Conor Oberst + Gillian Welch - Lua
Blonde Redhead + Devastations - When the Road Runs Out
Kevin Drew - Love vs Porn

E já agora, uma pequena apresentação em vídeo deste projecto:
posted by not_alone @ 3:12 da tarde   0 comments
quinta-feira, abril 09, 2009
The Education of Charlie Banks - Trailer
Falaram-me disto há pouco tempo, e a minha primeira reacção foi puro cepticismo. Passado uns dias vi pelos meus próprios olhos, e admiti - é bem possível que venha aí um óptimo filme. O trailer já denuncia algumas qualidades... e no IMDb até está bem cotado (7.6 em 10). Sim, vale o que vale. Mas mau sinal nunca é.

A grande estranheza em tudo isto, está no facto de ser um filme independente realizado por Fred Durst. Sim, ele mesmo.

Eu lembro-me bem dele e dos seus Limp Bizkit, de quando pegaram na coisa toda do nu-metal (instituição fundada pelos Korn) e a tornaram em mais um produto aglutinador de massas. Durante mais de um ano, Portugal engoliu a mesma febre. Escolas inteiras povoaram-se de putos com calções largos, de boné vermelho, a imitarem com a voz o scratch do DJ dos Limp Bizkit.

Em conjunto gritavam My G-G-G-Generation. E eu pensava apenas no puro business man que Fred Durst era: queria fama e dinheiro. Poderia ter inventado um chupa-chupa novo, que fosse um sucesso. Porém, decidiu fazer música. E tal como as boys band e a música latina antes haviam dominado o mainstream musical, desta vez era esta forma de metal.

Fred Durst e o seu boné vermelho, e uma legião foleira de seguidores que resultou em todo o tipo de coisa: Linking Park; Crazy Town - ainda se lembram destes? -; Evanescence - que já era a cena a ficar mais... "dark"... Enfim, tudo isto para dizer que em cima da mesa está uma esperançosa noção de mudança. É possível que Fred Durst tenha feito algo de jeito no meio artístico. Claro que não foi na música (nisso eu nunca acreditaria). Foi no cinema. Ele fez mesmo um filme, que parece ser mesmo bom, e tal coisa nunca me ocorreu.

Ainda não há estreia marcada em Portugal, mas fico ansiosamente à espera. No fundo, as pessoas às vezes surpreendem-nos pela positiva. É só isso que espero que aconteça...

posted by P. @ 9:48 da manhã   1 comments
quarta-feira, abril 08, 2009
Filme do Mês - Março

Pedindo desculpa pelo atraso, seguem os destaques do mês de Março:

Ana Silva Gran Torino
Aparentemente um filme 'pacato', onde um velho rabugento tem as suas habituais manias e rituais: sem misturas, sem palavras; cumpre a sua rotina, sem ninguém interferir. Na verdade, um homem magoado, destruido pela guerra, desiludido pela ausência de relação com os filhos, pela superficialidade das pessoas, pela ingenuidade dos vizinhos. Em ambos os cenários, a arma é sempre a sua defesa. «Gran Torino» é, sem dúvida, o melhor filme do mês e um dos melhores de 2009. Ganha pela pofundidade, pela uniformidade do Clint Eastwood e pela carga emocional do seu olhar. É um filme arrebatador e envolvente, com as medidas certas de humor e drama. A não perder.

not_alone Gran Torino
Clint Eastwood não brinca em serviço. Versátil, arrojado, profundo, clássico.... arrisco-me a dizer que é o melhor realizador americano da actualidade. Gran Torino comprava-o, com uma peça perto da perfeição. É tão simples e delicada que podia ter resultado num filme de domingo à tarde da TVI. Não tivesse Estwood como protagonista (na sua interpretação mais crua da carreira) e, acima de tudo, atrás das câmaras. O maior elogio que lhe posso fazer é afirmar que esta é das obras mais importantes da última década. Porque nos relembra o poder de uma história.

Paulo Che - The Argentine
Num mês onde Eastwood também mereceu destaque, a minha escolha tem de recair na belíssima primeira parte de Che, O Argentino. Filmado com uma beleza arrebatadora, e superiormente interpretado por um Benicio Del Toro no seu melhor, o filme não só consegue ser um retrato intimista de uma controversa figura história, como também um entusiasmante filme de guerra. A ver vamos se para o mês que vem este espaço é ocupado pela segunda parte...

P.R. Gran Torino
Gran Torino é não só o filme do mês, como o filme do ano e um dos melhores desta década. Bem sei que esta é sempre uma análise subjectiva, mas se a importância dos filmes advém do impacte que estes têm em quem o vê então cada elogio é amplamente merecido. Clint Eastwood assina aqui o seu mais "pequeno" filme mas também aquele que a mim mais me tocou. Numa altura em que é raro encontrar filmes que toquem mesmo cá dentro, a história de Walt Kowalski desfez-me por completo. Muito ajudado, obviamente, por reminiscências pessoais, a verdade é que Gran Torino tem em si qualidades mais do que suficientes para agradar a quem lhe der uma oportunidade. E apesar do tema já ter sido aqui largamente discutido não tenho qualquer problema em afirmá-lo com todas as letras: Gran Torino é uma extraordinária obra-prima.
Duarte Gran Torino
É bom beber um bom Clint Eastwood nesta altura do ano. É bom deixarmo-nos levar por uma história bem contada e uma realização sóbria, clássica e eficaz. É bom saber aquilo que vamos ver à partida e sair da sala de cinema de alma e paladar cinéfilo retemperado. E "Gran Torino" dá-nos esse reconforto emocional que nós tanto precisamos. E vamo-nos rir também, porque este Walt Kowalski é mesmo uma grandiosa criação do mestre, que nos faz sorrir na presença de tanto carisma irascível, mas sempre com o coração na manga . E não sendo um filme perfeito - há desiquilíbrios em algumas cenas e actores menores a circundar a fita - o impacto final é comovente e redentor, e algo que vamos recordar com a maior das estimas por muito e bom tempo.
P.Che - The Argentine
Num mês em que vi muita coisa, continua a faltar-me Gran Torino – para o qual tenho excelentes expectativas. Posto isto, resta-me destacar a primeira parte do ensaio de Steven Soderbergh sobre o ícone Che Guevara – O Argentino. Trata-se de metade de um pequeno portento que aterrou em 2009. Benicio Del Toro mostra-se verdadeiramente impressionante e não fica a dever em nada a Sean Penn (Milk) e a Mickey Rourke (Wrestler). Em O Argentino vemos a ascensão de Che, o médico que se transformou em guerrilheiro. Soderbergh construiu uma biopic pouco convencional, que tem a sua devastadora conclusão em Guerrilha (já nos cinemas). Ao todo, são mais de quatro horas de excelente cinema. A não perder.

Carlos Pereira Nada a destacar...

Ursdens Gran Torino
Para mim, que até nem sou fã do senhor, o melhor Eastwood de sempre! Uma história simples de final elaborado. O retrato de uma sociedade difusa imersa em conflitos raciais. O cosmopolitismo visto pela negativa e as dificuldades de quem nele cresce com vontade de dar o pulo! "Gran Torino" é a história de um anti-herói que se torna herói e a constatação de possibilidades redentoras a cada minuto que passa. Vale muito a pena!

posted by The Stranger @ 3:49 da tarde   3 comments
Sugestão Musical - Marcelo Camelo
O álbum chama-se Sou, a música Menina Bordada. Saiu no final do ano passado mas não ouvi a tempo de figurar nas listas de melhores do ano. Apesar de 2008 ter sido um pouco banal em termos musicais, houve umas quantas coisas muito especiais a surgir. Experimental e suave, Sou veio do Brasil e é um álbum que vale a pena conhecer. Fica aqui esta pequena amostra: single nas rádios, mas sem video clip.
Alguém se deu ao trabalho de publicar desta maneira no Youtube. Só porque vale a pena. Já agora, Marcelo Camelo é antigo membro dos Los Hermanos.



posted by P. @ 12:33 da tarde   0 comments
terça-feira, abril 07, 2009
Grande Momento | Flight Of The Conchords


Quase a meio da 2ª temporada, perguntava-me: porque gosto eu tanto de Flight of the Conchords? Agora, depois do final da temporada (e da série) aí está a resposta, neste vídeo que se explica a si mesmo. Realizado por Michel Gondry, este desvario musical é Flight of the Conchords na sua essência: boa disposição, o brilhantismo de uma letra/paródia, um toque retro e desconfortável de duas figuras patetas que amam fazer música e comédia. Tudo embrulhado no talento imensurável de Michel Gondry. Vou sentir falta de Flight of the Conchords.
posted by not_alone @ 9:15 da manhã   1 comments
segunda-feira, abril 06, 2009
Poema pouco original do medo
O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Alexandre O'Neill
posted by P.R @ 2:28 da tarde   0 comments
quarta-feira, abril 01, 2009
Remake de Padrinho

É uma notícia que provoca, no mínimo, receio. O Padrinho vai ter direito a um remake... Chocados? Agora vem a parte estranha, Zack Snyder (300 e Watchmen) é o provável realizador a pegar no projecto, com a aprovação de Francis Ford Coppola himself. Zack Snyder está apostado em recuperar o vigor dramático da portentosa história sobre mafiosos, recorrendo, segundo o próprio, a uma "estética visualmente mais apelativa". Não sabemos o que isto pode implicar, mas já circulam informações de que Al Pacino já aceitou representar o papel de Don Corleone.
O filme deve estar pronto só em 2011, por isso esperam-nos dois longos anos de dúvidas à volta deste projecto. Veremos no que isto dá...

ACTUALIZAÇÃO: Como muitos de vocês se devem ter apercebido, esta notícia foi apenas uma brincadeira do 1 de Abril. Não há qualquer pingo de verdade nisto, felizmente!
posted by P. @ 3:08 da tarde   9 comments
 

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