Sugestão Musical | Flowers From the Man Who Shot Your Cousin | Hapless
Foi uma descoberta que fiz há mais de ano, quando enquanto deambulava pelo MySpace e pelo last.fm. A música de Flowers From the Man Who Shot Your Cousin devolve-nos a um espaço de serena melancolia, que tanto soa como outras vozes familiares das nossas mais intimistas referências musicais (o que é um elogio) quanto soa à coisa mais bonita do mundo que ouvimos na efemeridade de um momento.
Podem começar por viajar com “Lay Down Your Arms”...
Porque nem só de cinema se vive, e porque ainda há quem, contra a corrente, seja capaz de criar obras memoráveis para o pequeno ecrã, o grande momento desta semana fica a cargo do genial Ricky Gervais, mais concretamente da segunda temporada de Extras, uma fabulosa série que satiriza de forma impecável a fama e o mundo do espectáculo. As cenas bestiais e os grandes momentos são uma constante, mas entre todos aqueles que poderia ter escolhido, este é o que mais me faz chorar... de tanto rir. A bem dizer, trata-se de uma hilariante aula de interpretação dada por Sir Ian McKellen, esse grande actor aqui, tal como todos os convidados, em modo de auto-paródia, subvertendo completamente a imagem que o grande público tem dele próprio. Isto que se segue, meus senhores, é puro ouro televisivo.
No mundo de Nolan, tudo é possível. Sim, a escolha de Joker foi arriscada, mas triunfante. Será que se passará o mesmo com Catwoman? Ao que parece a primeira escolha do realizador para interpretar a mulher-gato é, nada mais nada menos do que Cher! Sim, Angelina Jolie é muito óbvio, e todas as novas meninas com olhar felino que por aí andam não passam disso, meninas. Catwoman é uma mulher e, caso se confirme Cher como a próxima aquisição do franshise Batman, eu quero aqui deixar escrito que aprovo e confio na escolha de Nolan. Venha de lá uma gata da terceira idade. Porque o sex-appeal de uma mulher vai muito além da sua idade.
Se nem sempre o hype à volta de determinados filmes é justificado, este ano Wall-e e Batman foram excepção à regra. E se o filme sobre o herói-morcego é um dos melhores policiais dos últimos anos, então Wall-e entra directamente para a galeria dos melhores filmes de animação de sempre. A principal razão: o arrojo e a simplicidade condensadas numa obra no limiar do perfeccionismo. Quer em termos narrativos, quer em forma, Wall-e é um passo em frente no cinema no geral. Não é fácil sentirmo-nos tão apegados a um robot e as suas aventuras amorosas. Mas a verdade é que ele conquista-nos na primeira cena do filme. Os pormenores deliciosos que habitam em todo o filme, conferem a Wall-e mais humanidade e subtileza que 95% por cento das personagens que passaram pelo cinema este ano. E dizer isto, é já dizer quase tudo. Resta-me apenas sublinhar a mensagem ecológica do filme e a cinefilia do mesmo, e recomendar que corram para ver esta maravilha no cinema. Trata-se de uma das notáveis e graciosas histórias de amor do ano. Uma lição, para miúdos e principalmente para graúdos. Acreditem: o coração sai de lá restabelecido!
Estou a ler isto e recomendo, vivamente, agora que o filme está em risco de nunca ver a luz do dia. Disputas de direitos entre as produtoras Fox e Warner Bros... Zangam-se as comadres e nós é que nos lixamos. De qualquer forma, com ou sem filme, descubram por vocês próprios porque é que esta é uma das mais premiadas graphic novel de sempre.
A equipa do Take | a | Break rendeu-se à época de contratações e anda à procura de um reforço! Não é preciso saber marcar golos, nem sequer dar uns toques. Só tem de gostar de escrever sobre as matérias que habitualmente aqui apresentamos.
A selecção (caso a concorrência seja muita, nós esperamos que sim) vai ser muito simples. Só tens de enviar para o nosso email (takeabreak.mail@gmail.com) um texto/crítica da tua autoria, sobre algo a tua escolha (um filme, um cd, um concerto, um livro, um espectáculo, etc...). e um top 10 dos teus melhores filmes de sempre (sim, nós somos um bocado viciados em listas).
E boa sorte a todos. Esperamos ansiosamente poder anunciar o próximo reforço do Take | a | Break
P.s. Qualquer dúvida é só contactar-nos. O email, relembro, é takeabreak.mail@gmail.com
P.s.2 - Aceitamos participações até ao dia 15 de Setembro, data a partir da qual começamos a fazer a escolha. O resultado será divulgado aqui no blog e o vencedor contactado por email, no final de Setembro.
Para gládio dos seus seguidores, os Bloc Party anunciaram ontem num chat com os fãs que o seu novo álbum chamar-se-á Intimacy e já estará disponívedentro de 3 dias.
Os mais curiosos podem aceder a partir de quinta-feira a http://blocparty.sandbag.uk.com/ e descarregar o os mp3's por 6 euros. Aqueles que quiserem mesmo o cd podem encomedá-lo por 10 euros e será entregue a 27 de Outubro.
Para além desta surpresa (o album era suposto sair só em 2009), Kele Okereke e companhia anunciaram ainda o alinhamento do cd:
1. Ares 2. Mercury 3. Halo 4. Biko 5. Trojan Horse 6. Signs 7. One Month Off 8. Zephyrus 9. Better Than Heaven 10. Ion Square
Fiquem então com o primeiro single, Mercury, que a mim parece-me bastante interessante.
As mães, no topo da sua sabedoria, nunca falham quando nos dão um conselho. Nelas temos a certeza que podemos confiar cegamente. Mesmo que na maior parte das vezes não o façamos. Todos os outros vão odiar-nos a dado momento, mesmo que seja só por segundos. Vão ser ingratos, mal educados e indiferentes. Vão mentir e fazer-nos sentir importantes por dois minutos, antes de se esquecerem de nós. Vão passar, com a mesma velocidade com que chegaram. A dada altura temos de aceitar algumas duras realidades. Vamos falhar, vão-nos falhar a nós. Vamos segurar a vida por um fio e deitá-la a perder, por mais um beijo. Vamos agradecer por nos dizerem que não e, assim, nos livrarem de cometer o maior erro da nossa vida. Vamos ser a nossa maior desilusão. E está tudo bem. Vamos obrigar-nos a sorrir para não morrermos por dentro. E está tudo bem. Porque a nossa mãe assim o diz...
I am scared easily, here is a list of my adrenaline-production: 1: small children, 2: policemen, 3: high places, 4: that my next movie will not be as good as the last one
Alfred Hitchcock, se fosse vivo, faria hoje 109 anos de vida. Hitchcock era conhecida pelo seu fascínio pelas loiras, pelos seus cameos em quase todos os seus filmes e é dono do perfil mais conhecido do mundo do cinema. Nunca ganhou um Oscar, mas arrisco-me a dizer que não foi preciso. Tal como Kubrick, o seu maior prémio é ser reconhecido com um dos maiores e melhores realizadores de sempre. Para a eternidade ficam obras supremas como Psycho, The Birds Vertigo ou Rear Window que nos demonstram como o cinema pode ser belo. Quanto a nós, resta-nos apenas agradecer.
Aimee Mann voltará a Portugal e ao Coliseu dos Recreios para um concerto dia 18 de Outubro. Após uma memorável actuação em Julho do ano passado, Aimee regressa ao nosso país para apresentar ao vivo o seu novo disco, @#%&*! Smilers. Regozijemos!
Na última edição da revista, a Rolling Stone elegeu nada mais nada menos que as 500 (!) melhores músicas de sempre. Estas listas são sempre subjectivas mas o facto de ter o carimbo de uma das melhores publicações de música do mundo torna a coisa mais credível.
Apesar de ser uma música excepcional, não deixa de ser uma escolha um tanto um quanto "parcial", isto a julgar pelo nome da música... Quanto à "minha" melhor música de sempre é uma escolha bem complicada. Aceitam-se sugestões no sítio do costume.
Desde que vi a "The Squid and The Whale" que fiquei figurativamente fascinado com o cinema, por demais característico, de Noah Baumbach. É que ele aí fez mesmo um daqueles filmes estranhamente afectuosos e repugnantes, de cena para cena, de plano para plano, e sem qualquer concessão para com o que quer que seja. Lembro-me de achar aquelas personagens - e que grande Jeff Daniels - demasiado alheadas da nossa suposta realidade, vindas de um universo paralelo, arrogantes e insuportáveis, falhadas e fracassadas, e gloriosamente cómicas. E aquelas ideias, aquele cinema, era tudo muito fresco, muito improvisado, muito próximo de algo que nunca vimos, mas definitivamente conhecemos. E agora temos "Margot at The Wedding", algo que sendo distante, está tão intimamente próximo da obra predecessora de Noah. Os mesmos não-dilemas, os mesmos timings, os mesmos tiques, as mesmas mentiras, o mesmo humor ácido e cruel, a mesma espécie de verdade da condição humana. E também, o mesmo delicioso elenco - a personagem de Jack Black é digna da maior galhofa - tão bem e genuinamente trabalhado, que esquecemos de ver os actores, e nos vemos a nós mesmos, reflectidos numa espécie de espelho distorcido de qualquer feira popular. Volta em breve Baumbach. Gostamos de ti. Ou não.
Eu bem queria acreditar que o filme poderia ser algo de interessante. Mas não. É mau. É muito mau. Mau demais para os fãs dedicados de uma das mais emblemáticas séries das últimas décadas. Eu, como seguidor moderado, esperava um filme que reflectisse o ambiente e as temáticas das primeiras temporadas. Um filme que honrasse o legado que a série deixou. Mas não. O filme consegue ser pior que o seu antecessor. Toda a história deste I Want to Believe (e vocês não imaginam quantas vezes esta frase é dita ao longo do filme) é um pequeno desastre. Não é uma questão de ser verosímil ou de fazer sentido (porque até nem o faz, mas pronto… são os Ficheiros Secretos), o epicentro de tal hecatombe é o facto do argumento ser simplesmente parvo, aborrecido e pouco estimulante para o quem o vê. E se é verdade que Gillian Anderson até se safa, embora num registo bem diferente do que conhecemos da Scully, David Duchovny está irreconhecível como Fox Mulder. Quem acompanha, por exemplo, as aventuras de Hank Moody (Californication) terá algumas dificuldades em perceber esta apatia que, aliás, parece ter ser a palavra de ordem neste filme. É tudo demasiado apagado, simples, linear e nonsense. Não há um rasgo que seja de originalidade, não há um conceito cinematográfico que sustenha este regresso da série televisiva. E tudo isso ajuda a criar um dos piores filmes de 2008.
Aproximadamente um mês depois e ultrapassados alguns percalços, damos por concluída a sondagem sobre o Indiana Jones. Eis os resultados:
Por apenas um voto, A Grande Cruzada é o eleito o filme preferido por parte dos visitantes do Take a Break. Em segundo lugar, com 11 votos surge os Salteadores da Arca Perdida, filme que deu o mote a as aventuras do Indiana Jones. De notar, que estes dois filmes juntos representam mais de metade da totalidade de votos.
As aventuras no Templo Perdido, com 16% dos votos, fecham o pódio demonstrando assim que de facto o Indiana Jones é uma referência (apenas 3 pessoas afirmam que nunca o viram) e que a primeira trilogia foi sem dúvida mais marcante que este regresso com a Caveira de Cristal (5%). De realçar que nem todos (11%) partilham do entusiasmo pelo arqueólogo mais famoso, que é como quem diz, não aquece nem arrefece.
Concluída esta sondagem, partimos já para a próxima. Desta vez deixamos o cinema de lado. “Qual o melhor festival de Verão português?” Esta a pergunta que vos fazemos. Portanto, basta aceder à barra lateral para fazerem ouvir as vossas opiniões. Sensivelmente dentro de um mês, apresentamos os resultados.
Quando todos faziam adivinhar um êxito estrondoso e a abordagem surpreendente do novo Batman, eis que se confirma a grandiosidade de «The Dark Night». Irrepreensível, envolvente. Uma dupla fantástica de herói vs anti-herói. Tinha muita expectativa para conhecer este Joker. Se por vezes nos fazia rir, muitas vezes nos fazia arrepiar. A voz, o cabelo, a postura. O ar dissimulado - meio louco, alucinado - que tão bem se destaca na escuridão do mundo Batman. Em Batman, todos giram em torno das suas próprias máscaras, mais ou menos evidentes, com uma ou duas faces, ou até mais. Todos contribuem para um dos melhores filmes do ano.
H.Os Amores de Astrea e Celadon
Num mês onde a atmosfera "silly season" já se faz sentir, o grande destaque vai para o regresso do veterano Eric Rohmer. Os Amores de Astrea e Celadon é uma obra distante de tudo o que vimos este ano. Um filme radical na sua depuração e, simultaneamente, na sua teatralidade. Obra de beleza natural artificialmente expressa que, podendo facilmente resvalar para o ridículo, se desenvolve com um admirável equilíbrio.
not_aloneThe Dark Knight
É impossível passarmos indiferentes ao furacão Dark Knight. De uma vez por todas, os filmes de super-heróis não são só cinema de entretenimento. Também o são, arrisco-me a dizer que essa é a sua especialidade, mas Dark Knight é muito mais. É a concretização de um mundo que cada vez mais se assemelha ao nosso. Podia falar da brilhante interpretação de Heath Ledger ou do surpreendente Aaron Eckhart. Podia ainda dizer que Christian Bale é, cada vez mais, a escolha perfeita para o Cavaleiro das Trevas ou que esta é a melhor adaptação de uma obra de BD de sempre. E que, ao lado disto, obras como The Departed são pobres histórias policiais. Podia dizer tudo isto, mas não me apetece.
Paulo Tropa de Elite
Numa altura em que devo ser das duas ou três pessoas que ainda não deitaram olhos a The Dark Knight, deixo o destaque para esse furacão que veio do Brasil, uma obra bastante mais complexa, envolvente e provocadora do que estava à espera, que faz precisamente o contrário daquilo por que o querem fazer passar, recusando a etiqueta de filme-bandeira e olhando de frente uma temática problemática. É cinema de alta voltagem, com uma fabulosa interpretação de Wagner Moura e merecedor de todos os destaques possíveis. E não vale dizer que já se viu o DVD, pois é uma obra bastante cinematográfica, ao contrário do que se anda por aí a dizer.
P.R. Funny Games
Funny Games ou The Dark Knight? Escolha difícil este mês ou não estejamos nós perante dois belíssimos filmes que integram a categoria dos melhores do ano. Mais semelhantes do que uma primeira análise o indicaria, o pêndulo acaba por cair para Funny Games. E porque? Porque se trata, no meu ponto de vista, de uma obra mais arriscada e mais extremista que corta com certas convenções instituídas criando algo original na sua forma e conteúdo. Quanto a Dark Knigth é um policial enorme, mas perde fulgor e impacte num segundo visionamento.
Duarte The Dark Knight
E assim continua...uma renascida saga que começou por caracterizar uma personagem, e o universo que a rodeia, de uma forma mais intensa e realista que noutras apresentações mais cartoonizadas, segue um novo rumo, e desloca-se numa nova direcção - mais ambígua, mais caótica, mais negra. Nolan remistura os seus ingredientes técnicos habituais, e nota-se alguma sobredosagem narrativa em certos e determinados pontos, e faz mais do mesmo - e ainda bem que assim é - com a tendência qualitativa a que já nos habituou, e com uma personagem, talvez gigante demais para o porte desta história, um Joker possesso e possuído, encarnado em profundo delírio demente pelo falecido Heath Ledger. E não sendo certamente tão merecedor de tanto e inusitado hype crítico e popular, é sem dúvida uma película que se assemelha a um comboio frenético, perfurante para os olhos e sentidos, e capaz de nos deixar plenamente saciados, e com a certeza de que no que toca a mitos e lendas da BD, neste Batman podemos sempre confiar...e é bom saber que o vamos, certamente, voltar a ver.
Para aqueles dias em que perguntamos "porquê?" e para os dias em que sabemos perfeitamente que o que está à nossa volta é repleto de pessoas vagas, que ora nos dizem tudo, ora não dizem nada. The Feeling foi uma descoberta surpreendentemente agradável, com mensagens diferentes das que encontramos nos muitos repertórios que nos chegam todos os dias.
