domingo, julho 30, 2006
Isobel Campbell & Mark Lanegan | Ballad of the Broken Seas

Confesso que quando ouvi Isobel Campbell ao vivo no Lisboa Soundz o impacto que me causou foi reduzido. Apenas conhecia algumas músicas a solo da ex-Belle & Sebastian e ainda não tinha tido oportunidade de ouvir este magnífico «Ballad of the Broken Seas», em que canta com Mark Lanegan, vocalista dos Queens of the Stone Age.
E quando ponho o álbum a tocar… foi amor à primeira audição. A sonoridade minimalista das faixas do disco, aliada a um contraste de vozes em perfeita sintonia – a dela suave e doce e a dele rude e grave – resultam num dos trabalhos mais interessantes que ouvi nos últimos meses.

Ao escutá-los lembramos Bob Dylan e Joan Baez, Johnny Cash e June Carter ou a parecia de Nick Cave com Kyle Minogue em “Where The Wild Roses Grow”. Deixamo-nos embalar pelas guitarras e pelo violoncelo de Campbell, ou pelas batidas da percussão que aqui ou ali se fazem ouvir.
Num disco muito equilibrado e onde dificilmente encontro músicas que me façam desprender a atenção, destacaria no entanto “Black Mountain”, “Ballad of the Broken Seas” “Revolver”, “Honey Child What Can I Do?” e a perfeita “Saturday’s Gone”.
Sons para escutar com os ouvidos e com o coração, «Ballad of Broken Seas» é um álbum para fruir seja numa calma solitária seja numa companhia relaxada.

Fica o pensamento do quão interessante seria redescobrir este álbum ao vivo numa sala como a Aula Magna, pois certamente merece uma apreciação diferente da recepção indiferente que teve no Lisboa Soundz. Mas na impossibilidade de tal, pelo menos para já, exorto todos a descobrirem este disco magnífico!

posted by Anónimo @ 6:02 da tarde   1 comments
sábado, julho 29, 2006
Vídeo da Semana | Foo Fighters | Learn to fly



Aqui temos então o vídeo desta semana. E porque falamos de vídeo, desta vez escolhi som diferente, conceito diferente, e simbolismo diferente. Gosto deste vídeo pela música, pelo grupo, mas principalmente pela atitude: a conjugação entre as diferentes ingenuidades que encontramos vida fora. Fica a dica, lutar para aprender sempre algo mais. Enjoy.
posted by Ana Silva @ 3:15 da manhã   2 comments
quinta-feira, julho 27, 2006
Regina Spektor | Begin To Hope

A voz quente que canta letras frias, Regina Spektor parece conjugar em si muito de artistas tão carismáticas como Fiona Apple ou Bjork. Esta nova-iorquina de origem russa editou recentemente o seu quarto álbum de originais, «Begin To Hope», após «11:11», «Songs», o brilhante «Soviet Kitsch». Pelo meio encontram-se pérolas como o tema "Modern Girls and Old Fashioned Men" em que canta com os Strokes.

«Begin To Hope» parece não inovar em relação aos trabalhos anteriores, investindo em canções calmas e simples que são a sua imagem de marca. Ao contrário de Fiona Apple, com quem por vezes é comparada, Regina Spektor não optou por um caminho mais experimental e eclético no seu repertório, tornando o seu álbum mais um fim de esperança que um início.

O álbum inicia-se com “Fidelity”, um som leve com uma letra um pouco sombria. É um bom começo, que logo cai ligeiramente por terra com um conjuntos de baladas pouco originais, sejam elas mais pop (“Better”, “Edit”) ou composições tristes e com um quê de jazzístico ao piano (“Samson”, “Field Below”, “Lady”), que não sendo dispensáveis soam muito pouco a algo novo. Sobressaem do conjunto “On The Radio”, que recupera o tom aparentemente solar da faixa de abertura (mas que, nas palavras, revela a sua verdadeira dimensão), “Hotel Song” e a sua significativa letra contrastante com o seu ritmo descontraído e uma melancólica e sombriamente bela “Après Moi”, onde o piano que Regina Spektor toca se alia à sua voz entregue e desesperada numa letra de refrão bilingue. “20 Years of Snow” lembra uma certa Bjork e lembra ballet russo e é um doce embalo para os ouvidos. São provavelmente os pontos mais alto do disco. Em “That Time” as repetições tornam-se enérgicas, irradiando uma juventude despreocupada e inconsequente. Mas essa celebração da loucura adolescente termina com um abrupto e cru Hey remember that time when you od'ed / Hey remember that other time when you od'ed for the second time / Well in the waiting room while waiting for news of you, I hallucinated, I could read your mind (…). A última faixa é talvez a mais triste e desconsolada, basta atentar nesta poderosa passagem Summer in the city, I'm so lonely lonely lonely / So I went to a protest just to rub up against strangers / And I did feel like coming but I also felt like crying. É uma canção de saudade e de solidão e se não a rejeitarmos pela extrema melancolia, talvez a acolhamos com um misto de compreensão e dor.

Pouco distingue este trabalho de Regina Spektor do de outras inúmeras singers/songwriters do universo pop alternativo/ neo-folk. Longe de medíocre mas a milhas da qualidade dos seus anteriores trabalhos, «Begin To Hope» fica-se por uma mediania ligeiramente desapontante. Ainda assim, recomenda-se a audição para os admiradores do género.

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posted by Anónimo @ 9:21 da tarde   2 comments
quarta-feira, julho 26, 2006
Boas notícias para os fãs de Lost

Segundo a cadeia de televisão ABC, responsável pela transmissão de Lost, a terceira temporada da série de J.J. Abrams verá o seu início adiantado. Assim, os fãs podem esperar ver os primeiros sete episódios já em Agosto! No entanto, e depois deste aperitivo teremos que esperar quatro meses para continuar a acompanhar as peripécias dos perdidos, uma vez que estes terão direito a umas longas férias.

Para além disso, os produtores da série já anunciaram que haverá uma quarta temporada e que, depois do fim da série, esta terá direito a uma adaptação cinematográfica.

posted by P.R @ 8:15 da tarde   3 comments
terça-feira, julho 25, 2006
Julianne Moore VS Nicole Kidman
Com este post, abre-se mais uma rúbrica no Take a Break. Ocasionalmente faremos aqui alguns confrontos de ideias sobre algo relacionado com a arte. Seja para discutir o melhor actor, ou um filme, uma música, um livro, serão apresentados vários argumentos cabendo-vos a vós, leitores, tirarem as vossas próprias conclusões e deixarem os vossos comentários. Esperemos que gostem



por not_alone

Quanto a mim , Julianne Moore, personifica a imagem da actriz perfeita. Versátil e de uma beleza invulgar esta actriz de 45 anos já interpretou papéis no cinema que dificilmente se irão esquecer. Exemplo maior disso foi a sua arrebatadora actuação n'As Horas, que lhe valeu uma nomeação para o Oscar de melhor actriz secundária em 2002. No mesmo ano, foi nomeada para melhor actriz por Far From Heaven, num papel semelhante, mas que ela tão bem encarna, o de mulher destroçada.

Juliane consegue como ninguém agarrar um personagem e domar as suas emoções. A sua forma de representar é controlada de forma sublime, sem exageros, mas, de uma proximidade tocante. Mais do que representar, Julianne Moore entrega-se. Que o diga Linda Parttridge, o seu personagem em Magnolia. A sua pose discreta, a sua altivez perturbante, o seu talento inato, tornam-na uma referência incontornável do cinema mundial. Isso reflecte-se nas suas escolhas, que se tornam verdadeiros marcos.

Senhora do cinema independente americano, já trabalhou com Todd Haynes, Paul Thomas Anderson, Gus Van Sant, Robert Altman em clássicos como Magnolia, As Horas, Booggie Nights, The Big Lebowski e Short Cuts. Mas, mesmo noutro papéis improvávei, Julianne Moore brilha. Jurassic Park, Vanya on 42nd Street, Safe, Assassins, Nine Months, A Map of the World são exemplo disso mesmo. E quem se aventuraria a calçar os sapatos de Jodie Foster na sequela de Silence of the Lambs, acabando por fazer um trabalho à altura?

Meryl Streep continua a ser a maior actriz viva, mas Julianne Moore está a crescer a passos largos para lhe tomar o lugar. Se há lendas como nos tempos áureos de Hollywood esta é uma delas.




por P.R

Quando me perguntam qual é a minha actriz preferida a resposta sai-me automaticamente: Nicole Kidman, a melhor da sua geração. Kidman tem uma aura de diva, uma presença resplandecente e um talento imensurável que a põe num patamar bem alto. A sua principal virtude, na minha opinião, é a sua versatilidade. Nicole nunca aposta apenas em fórmulas já conhecidas e em papéis estereotipados que se sabe, à partida, que qualquer actriz mediana faria um bom trabalho. Esta actriz gosta de assumir riscos, de assumir papéis diferentes e se por vezes a qualidade do filme é questionável, a entrega da actriz é indiscutível. Por outro lado, é incontestavelmente a actriz mais internacional do mundo.

Kidman não se restringe apenas a Hollywood, ela é uma actriz do mundo e a sua filmografia reflecte isso mesmo. Trabalhando com Lars von Trier, Kubrick, Alejandro Amenabar, Baz Luhrmann, Sydney Pollack, Anthony Minguella, entre outros, Nicole Kidman tornou-se uma actriz completa, alguém que fielmente se deposita nas mãos dos seus realizadores, moldando-se às personagens e tornando históricos muitos dos seus desempenhos. Que outra actriz, aceitaria a devastação emocional, física e psíquica que foi Dogville? Que outra actriz teria a transformação fantástica em Virginia Woolf, pautada por uma contenção dramática impressionante e por um desempenho corporal e gestual irrepreensível? Quem é que conseguiria ser tão sensual, carregar tanta luxúria e ao mesmo tempo tanta capacidade dramática como Satine? Que outra pessoa, senão Kidman, para interpretar a Alice Harford de Kubrick, que tem uma das cenas mais emblemáticas da história do cinema? Poucas diria eu.

Kidman não se esgota na mulher amargurada, na típica e estereotipada coitadinha que chora e se lamenta, Kidman aposta em personagens diferentes, em mulheres diferentes que, de alguma forma, trazem alguma mais valia para a sua carreira. E se o caminho até aqui já foi esplendoroso, o futuro preconiza a consolidação definitiva de Kidman com uma das melhores actrizes de sempre. Teremos assim, Fur, de Steven Shainberg (o mesmo de A secretária) que conta a história dramática da conhecida fotógrafa Diane Arbus, participará no filme de Oliver Hirschbiegel, o mesmo de Der Untergang que trará um novo género à sua carreira, a ficção cientifica, entrará nos novos filmes de Noah Baumbach e de Baz Luhrmann e, acima de tudo, será a estrela de Lady in Shangay o novo filme Kai Wai Wong, o mesmo de 2046 e de Disponível para Amar, que promete ser uma dupla artística explosiva.

Comédia, Drama, Suspense, Erotismo, Ficção Científica. Lars Von Trier, Kubrick, Amenabar, Kai Wai Wong. Existe outra actriz no mundo que possua tanta versatibilidade? Existe alguém que tenha actuado em inúmeros filmes europeus, americanos e, num futuro próximo, asiáticos? Há outra actriz que tenha no ecrã uma presença como Kidman, de uma fragilidade tocante e de uma força inexcedível? A mim parece-me que não. Nicole é e continuará uma das melhores de hoje e de sempre. E o futuro parece ser ainda melhor...

E vocês? Julianne Moore ou Nicole Kidman? Contribuam para o debate com a vossa opinião.
posted by not_alone @ 3:39 da manhã   9 comments
domingo, julho 23, 2006
Lisboa Soundz | Terrapleno de Santos | 22-07-06


That Was It

Este é o segundo ano em que o Festival Lisboa Soundz tem lugar. O ano passado passaram pelo evento nomes como Franz Ferdinand, Bunnyranch ou Mogwai. Mas a edição deste ano trazia um trunfo imbatível na manga: a actuação dos Strokes, pela primeira vez no nosso país.
Os nova-iorquinos que desde o início dos anos 90 são considerados uma das, provavelmente mesmo “a” banda de rock mais importante da actualidade, têm muitos fãs em Portugal mas só agora, no ano do lançamento do seu terceiro álbum («First Impressions of Earth»), vêm até cá para um concerto.
Como foram os últimos a tocar, reservarei algumas palavras para os outros concertos do dia a que assisti.

Os primeiros a tocar ontem foram os portugueses You Should Go Ahead, banda de rock alternativo revivalista dos 80’s de qualidade promissora. Infelizmente cheguei atrasada ao Festival e perdi a sua actuação. Contudo, eles irão dar alguns concertos em diferentes FNAC’s do país, uma outra oportunidade para os conhecer melhor.

Seguiu-se Howe Gelb, artista norte-americano que se fez acompanhar de um coro de gospel, os Voices of Praise. Esperava conseguir ver parte do seu concerto, mas a pontualidade das actuações do Festival fez com que o meu atraso me valesse perder também este segundo nome do cartaz.

A ex-Belle & Sebastian Isobel Campbell actuou pouco depois das 19 horas. A sua voz doce e calma, embrenhada num universo de contornos folk (também jazz, mas esses temas estiveram ausentes do repertório apresentado ontem), transporta-nos para uma atmosfera de suavidade e magia que merecia um espaço mais intimista que um festival ao ar livre. A cantora escocesa fez-se acompanhar de uma voz masculina cujo tom grave lembra a espaços Nick Cave, substituindo em palco Mark Lanegan com quem Isobel gravou o seu último trabalho «Ballad of Broken Seas». Temas por vezes suaves, por vezes tão densos que nem o vestido branco de Isobel disfarçava as sombras das melodias, demonstraram o talento de Isobel Campbell, que além de cantar toca violoncelo. Contudo o ambiente mais rock que ontem se respirava no Terrapleno de Santos não deu muita atenção a Isobel Campbell, cuja actuação foi breve e passou quase despercebida.


Ainda não eram 20 horas quando subiram ao palco os brasileiros Los Hermanos. O quarteto barbudo e descontraído deu um concerto interessante, onde deu mostras de uma grande simpatia e boa comunicação com o público. Os seus sons situam-se num misto de bossa-nova e rock cantados em brasileiro. Curiosamente (e felizmente também) abstiveram-se de cantar o seu maior êxito em terras lusas, “Anna Julia”.

E cai a noite. E chegam os nocturnos She Wants Revenge. Um dos concertos que mais esperava no dia, o duo de LA conseguiu superar as expectativas e inebriar a assistência com o seu rock negro e a sua atmosfera profundamente finais dos 70's / 80’s, testemunhando como a sua vingança é tão fria como escaldante.
Iniciaram a actuação com “Red Flags and Long Nights”, a primeira canção do seu até agora único álbum editado, o homónimo «She Wants Revenge». Percorreram quase todas as canções do cd e era notório que existia ali muita gente que ansiava por aquele concerto. “Out of Control” foi trauteado por muitas vozes na assistência e o convite para dançar ao som de “I Don’t Want to Fall in Love” foi acatado sem reservas. Terminaram com uma das mais célebres, “Tear You Apart”, com umas boas centenas de bocas a gritarem I wanna fucking tear you apart.
A excelente presença em palco de Justin Warfield, a voz dos She Wants Revenge e o estilo de Adam Bravin, responsável, entre outras coisas, pelo teclado e pelo baixo, esteve em perfeita sintonia. Bem acompanhados por um baterista e um guitarrista, os She Wants Revenge provaram que têm potencial para aguentar um espectáculo sozinhos ao vivo no nosso país. Esperemos que o decidam fazer em breve!

Nascidos directamente dos agora extintos The Libertines, os britânicos Dirty Pretty Things tinham a posição um pouco ingrata de precederem os grandes e magníficos meninos de NY por quem a plateia já suspirava.
No entanto depressa conquistaram a audiência que vibrou com o seu rock de pinceladas meio indie meio punk. Com uma postura de jovem rebeldia, fumando e bebendo em palco, os Dirty Pretty Things não deixaram de evidenciar uma energia inesgotável, tocando boa parte dos temas do seu primeiro álbum «Waterloo To Anywhere». Foi o caso de “You Fucking Love It”, “Doctors and Dealers”, “The Last of the Small Town Playboys” ou “Blood Thirsty Bastards”. Pelo caminho ainda revistaram a música dos Libertines e, claro, tocaram a canção que a assistência mais conhecia, “Bang Bang You’re Dead”, o seu single cujo refrão foi energicamente cantado em coro por boa parte do público.
Entre o espectáculo cuidado dos She Wants Revenge e da exemplaridade dos aguardados Strokes, os Dirty Pretty Things limitaram-se a divertir e a pôr a plateia a saltar. Inconsequentes mas deliciosos, não extasiaram mas, definitivamente, não desapontaram.

As doze badaladas da meia-noite já deviam ter soado há um bom bocado quando eles entraram em cena. The Strokes, os cinco magníficos, encabeçados pela voz inconfundível de Julian Casablancas, sobem ao palco e o público, no seu auge numérico, entra em delírio.
A primeira música do concerto foi “Juicebox”, o primeiro single do último álbum. A plateia cada vez mais comprimida vibrou como se finalmente chegasse o Natal. Afinal, era para aquilo que estávamos todos ali, não era?
Seguindo de uns temas para os outros, os Strokes tocaram praticamente todas as suas canções mais célebres, intercalando faixas dos seus três álbuns. “You Only Live Once”, “The End Has No End”, “The Modern Age”, “Heart in a Cage”, “Someday”, “Vision of Division”, “Hard to Explain”, entre outras, foram tocadas com profissionalismo e competência, evidenciando o talento e a espectacularidade dos Strokes e provando porque é que quando os ouvimos sentimos que estamos a ouvir rock perfeito. Mas o êxtase veio quando se iniciam os acordes de “Is This It” e, mais adiante, de “Last Nite”, provavelmente as músicas que mais pessoas entoaram e acompanharam com um misto de curtição e reverência. Houve um momento mais calmo com “Ask Me Anything”, com os prováveis milhares de rostos anónimos da assistência cantando com Julian Casablancas I’ve got nothing to say… Oh! Mas os Strokes tinham e todos os queriam ouvir.
No inevitável encore tocaram “12:51”, “New York City Cops” (cujo refrão foi acompanhado em coro com uma assistência rendida) e terminaram de forma brilhante com “Take It or Leave It”, deixando uma saudade imediata e uma sensação de que apesar de não poder ter sido melhor, podia ter sido maior.
Os Strokes terminaram na noite de ontem a sua digressão europeia, mas talvez não fosse nada despropositado pedir para voltarem mais vezes. Certamente nós cá os esperamos…

Para informação adicional sobre os artistas que actuaram no Lisboa Soundz 2006 visitar [esta] página

(Um muito obrigada ao Nuno pelas fotos que acompanham este post)

posted by Anónimo @ 8:37 da tarde   5 comments
sábado, julho 22, 2006
Video da Semana | Goldfrapp | Train


Por incrível que pareça só conheci os Goldfrapp em outubro passado, quando estes actuaram na primeira parte do concerto dos Coldplay. Se no início o sentimento dominante foi de estranheza, facilmente me rendi à sua sonoridade electrónica que seduzem todos aqueles que perdem alguns minutos a ouvi-los. Para vídeo escolhi um dos seus singles, Train, um tema genialmente sedutor com uma Allison arrebatadora.
posted by P.R @ 2:54 da tarde   1 comments
quinta-feira, julho 20, 2006
She Wants Revenge | She Wants Revenge

A proximidade do Festival Lisboa Soundz, onde irão actuar, motiva esta pequena crítica ao álbum de estreia dos americanos She Wants Revenge.
Este duo é mais um dos casos de revivalismo dos 80’s que ultimamente têm proliferado por entre o rock alternativo. Misturando sons de electrónica profundamente dançáveis com a atmosfera sombria e fechada do rock dos anos 80 (a sua música é também descrita como rock gótico, o que me parece um pouco excessivo), os She Want Revenge são muitas vezes comparados aos Joy Division e aos Interpol, tendo no ano transacto aberto vários concertos dos Depeche Mode. Com estas referências não é difícil imaginar do que estou a falar.

Apesar da sua sonoridade não efectuar grandes variações ou inovações, os She Wants Revenge não descuram um cuidado especial com as letras, verdadeiras pérolas de retrato nocturno e urbano sobre conhecimentos fortuitos e uma sensualidade apaixonante.
Ouvi-los é como mergulhar em fascínios de noitadas, pistas de dança que são palcos de vida, desejos e frustrações daqueles que live by night.

O disco abre com “Red Flags and Long Nights”. A voz grave e penetrante de Jason Warfield soa após alguns minutos de instrumental e a viagem começa. Apesar da viciante “I Don’t Want to Fall in Love”, o disco só atinge o auge mais adiante, com a célebre “Out Of Control” (We've got nowhere to go, We've got nothing to prove, Instead of dancing alone, I should be dancing with you…) e depois com uma tão bruta como melancólica “Sister” (You can hurt me, Do whatever you like…). “Disconnect” é um instrumental de pertinência discutível mas à medida que nos aproximamos do final do disco deparamo-nos com essa canção quase perfeita que é “Tear You Apart” (Want to hold you close, Soft breath, beating heart, As I whisper in your ear, I want to fucking tear you apart!), cujo vídeo-clip foi realizado pelo actor Joaquin Phoenix (para vê-lo clicar aqui). Terminam com “She Loves Me, She Loves Me Not”. Talvez seja nesse espaço intermédio que se situa a música dos She Wants Revenge: entre a consciência da dúvida e a apologia do momento, dos sentidos, do agora.

Como já referi, a música dos She Wants Revenge é uma música nocturna, ideal para ouvir em bares ou discotecas, mas que não dispensa uma audição mais atenta para tomar consciência das fantásticas letras.
Descubram estas histórias de corpos e sombras, sentindo o ritmo no nosso próprio corpo e nas nossas próprias sombras. A música dos She Wants Revenge é um convite a ter seriamente em conta, seja apenas no álbum homónimo seja também ao vivo já no próximo Sábado.

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posted by Anónimo @ 11:07 da tarde   1 comments
quarta-feira, julho 19, 2006
Concerto de Depeche Mode cancelado.


O concerto que os Depeche Mode tinham agendado para dia 28 de Julho no Estádio de Alvalade foi cancelado. Ao que parece, a promotora do espectáculo disse que não houve público suficiente. A mim isso parece-me uma desculpa esfarrapada. O último concerto dos Depeche Mode no Pavilhão Atlântico esgotou, o concerto foi fenomenal e a banda tem uma grande legião de fãs no nosso país. Desculparem-se com a falta de público é fazer pouco daqueles que compraram os bilhetes.
posted by not_alone @ 1:15 da manhã   2 comments
domingo, julho 16, 2006
The life of David Gale


David Gale é um professor universitário abolicionista da sentença de morte que, subitamente, se vê condenado à pena capital por ter violado e estrangulado uma amiga sua, Constance, também ela activista do mesmo movimento. A quatro dias de ser executado, Gale pede a uma jornalista, Bitsey Bloom, conhecida por nunca revelar as suas fontes, que ouça a sua história e a divulgue, para assim limpar a sua honra de homem e de pai.

O primeiro aspecto que ressalta após a visualização do filme são os desempenhos femininos. Laura Linney tem mais um desempenho espantoso e é uma das melhores actrizes da sua geração. Num desempenho marcado pelos gestos lânguidos e sorriso cansado, a actriz brilha intensamente. Kate Winslet, não atingindo o brilhantismo de Linney, apresenta-se também um nível elevado, conseguindo emocionar os espectadores que, com ela, vão descobrindo os meandros de toda a situação vivida por Gale. Já Kevin Spacey apresenta-se um pouco em piloto automático sendo, na minha opinião, o elo mais fraco do filme.

Na verdade, e apesar do seu desempenho não ser mau, Spacey tinha um bom personagem para desenvolver (mérito dos argumentistas). A acção centrada no protagonista dá-lhe uma multidimensionalidade interessante que o actor deveria ter aproveitado de uma melhor forma, não obstante o facto de, por vezes, o argumento se perder em pormenores supérfluos que em nada contribuem para o filme. Noutra vertente, o argumento do filme consegue apresentar os acontecimentos de uma forma imparcial, embora nem sempre isso seja claro. De facto, é o pequeno twist final, embora previsível (como todo o filme) que confere ao filme uma maior objectividade, passando para o telespectador a responsabilidade de tirar as suas próprias conclusões. Pró ou conta a pena de morte? O filme não dá a resposta, na minha opinião. Ou melhor, o filme parece dar a resposta mas a sequência final consegue revolver as percepções com que tínhamos ficado anteriormente.

Relativamente à realização, Alan Parker (o mesmo de Evita) balança planos interessantes com outros incrivelmente excessivos e de um gosto duvidoso. Relembre-se por exemplo as cenas transitórias entre a conversa de Gale com a jornalista e as imagens do que realmente aconteceu. Já a banda-sonora não sendo excepcional, é um bom complemento às cenas mais dramáticas.

Concluindo, The Life of David Gale é um filme que cumpre de forma satisfatória aquilo a que se propõe. Dando um contributo pequeno mas importante à discussão em torno da pena de morte, a verdade é que este filme fica a anos-luz de outros que abordaram a mesma temática, como por exemplo a obra-prima Dead Man Walkig.

Classificação:
posted by P.R @ 5:59 da tarde   2 comments
sexta-feira, julho 14, 2006
Vídeo da Semana | Ornatos Violeta | Ouvi Dizer


Para nos lembrar que o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura.

Não há muito a dizer acerca desta minha escolha. Não seria novidade se dissesse que vem da melhor banda portuguesa de sempre, nem que esta é uma das mais desencantadas letras que a banda gravou. É poesia em forma de música.
"Ouvi dizer que os Ornatos acabaram, pois eu não tive a noção do seu fim...". Até porque com as melodias que foram gravadas pela banda, jamais esta será morrerá.
posted by Anónimo @ 4:50 da tarde   2 comments
quarta-feira, julho 12, 2006
White Rose Movement | Kick

Tomando como pretexto a chegada dos Festivais de Verão, faço aqui uma referência aos White Rose Movement, que actuarão no dia 15 de Agosto em Paredes de Coura. A banda lançou esta ano o seu álbum de estreia, «Kick», após a boa recepção do seu primeiro single «Love Is A Number», lançado em 2005.

Este quinteto natural de Inglaterra toca uma música que oscila entre o rock alternativo e a electrónica, lembrando a espaços grupos como os Depeche Mode ou os Joy Division. Plenamente enquadrados na onda revivalista dos 80’s que se tem vindo a afirmar, os White Rose Movement têm tudo para se tornarem alvo de um pequeno culto.

No seu álbum pululam temas impossíveis de se ouvir num volume baixo, que convidam a ambientes cheios de gente, como discotecas, bares ou concertos. “Love is a Number”, com um refrão memorável e um ritmo viciante, foi um bom ponto de partida, mas o álbum contém outras faixas igualmente boas, como “Girls in the Back”, “Alsatian” ou “Cruella”. Com um som bruto e sensual, a música dos White Rose Movement tem uma aura nocturna dançável praticamente irresistível.

O resultado é um disco homogéneo, fazendo com que os apreciadores do estilo gostem e os reticentes talvez desaprovem, mas que não tira mérito algum ao projecto dos White Rose Movement, que nos trazem um som totalmente 80’s em pleno século XXI, invadindo o corpo e enchendo o momento.

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posted by Anónimo @ 3:27 da tarde   0 comments
domingo, julho 09, 2006
José Barros | Mar Eterno


A música popular portuguesa está em total decadência. Não porque a qualidade não exista, mas por cantores como Tony Carreira, Ágatas e afins, que lhe dão má fama. O circuito comercial não dá espaço ao que é tradicional e trata-o como se fosse demodé, a verdade é que neste momento apenas uma pequena elite tem acesso à boa música portuguesa. Quantos de vocês já ouviram falar de At-Tambur, António Zambujo e até mesmo José Barros e os Navegante? Acredito que muito poucos.

Pela primeira vez a solo (sem os Navegante), José Barros toma o leme de um disco que é, por si só, uma viagem. Um barco que nos embala por uma maré de canções, ao longo da costa portuguesa e à descoberta de África. As influências são diversas e os instrumentos, desde a a guitarra portuguesa ao cavaquinho cabo-verdiano, passando por percussões portuguesas e africanas, provocam rebentações de harmonia.

A voz de José Barros é acompanhada em diversas ocasiões por Nancy Vieira, Mafalda Arnauth e José Manuel David e Rui Vaz (dos Gaiteiros de Lisboa). Nos coros, conta ainda com Joaquim Caixeiro e Vaiss. Entoam canções escritas pelo próprio José Barros, mas também brilhantes letras de Amílcar Cabral, Fernando Pessoa, Natália Correia e Celso Emilio Ferreiro.

"O Mar (Eterno) que para sempre será o elemento que uniu os povos de expressão portuguesa, é uma das bases da concretização deste projecto..." Palavras do próprio José Barros na contracapa do álbum e que dizem tudo. Este é um álbum claramente português, que foi à conquista de novos sons, de novas influências, de novas relações e químicas.

Músicas como "A Ilha do fim do mundo", "Mar Portugês" ou "Frutos Tropicais" têm parte da nossa história nas suas letras, nas suas colaborações, nos seus diversos instrumentos.

Não precisam saber nadar para mergulhar neste nosso Mar.

posted by not_alone @ 12:16 da tarde   0 comments
sexta-feira, julho 07, 2006
Vídeo da Semana | The Strokes | Heart In A Cage

Oh the heart beats in its cage...

O vídeo desta semana é o clip do último single retirado do mais recente álbum dos nova-iorquinos The Strokes («First Impressions of Earth»). Apreciem esta versão não-censurada do vídeo, filmado a preto-e-branco em Nova Iorque.
A razão? Como se os Strokes não fossem por si só razão suficiente, acrescente-se o facto de estar já próximo o dia 22 de Julho, em que pela primeira vez eles actuarão em Portugal (no âmbito do Festival Lisboa Soundz). Ah, e já agora, esta é a minha canção favorita do disco…

posted by Anónimo @ 11:16 da manhã   3 comments
terça-feira, julho 04, 2006
David Fonseca | Casino Estoril | 29-06-06


Na última quinta-feira eu e a Helena partilhámos um de muitos momentos inesquecíveis que David Fonseca nos tem brindado nos último anos. O Casino Estoril já foi, para mim, palco de concertos de Silence 4 e de David Fonseca a solo. Todos eles têm um sabor muito especial. O espaço chique contrasta com a irreverência da alma indie de David e, tal como o próprio cantor referiu, é um dos seus espaços preferidos para cantar, porque é um local pequeno e acolhedor. Numa tentativa de fazer uma crítica diferente, eu e a Helena juntámos o que mais nos marcou desta experiência e decidimos fazer um post em jeito de conversa informal. Esperemos que gostem.



not_alone: Eu vi mais de 15 concertos de Silence 4, de David Fonseca também já fui a muitos, por isso o que me continua a fazer voltar a vê-lo sempre que posso são as surpresas que nos reserva. O alinhamento pode ser igual, mas há sempre alguns toques de génio que fazem de cada concerto uma experiência memorável. Neste caso específco, Hey Ya, dos Outkast foi um momento extraordinário. Totalmente inesperado, longe das influências que costumam marcar presença nos concertos do David, ele agarrou o tema como seu e fundiu-o com o novo single, Our Hearts Will Beat As One. Recordar a My Friends foi também uma boa surpresa. E sou totalmente arrebatado sempre que ele canta Song To The Siren, de Tim Buckley.
H.: Quem me dera poder dizer que já vi o David actuar tantas vezes, com ou sem Silence 4! Vários foram os concertos que, mesmo perto, perdi, mas concentremo-nos neste em particular. A inserção de covers no alinhamento é de facto algo fantástico, e qualquer fã do David Fonseca sabe da sua faceta de melómano insaciável. Se há dois anos fiquei extasiada com a sua versão do "Barco Negro", este ano não esqueço a evocação de Elvis Presley, que desconhecia ter sido inspiração para a minha canção favorita do último album ("Swim").



not_alone: O pior do concerto, se é que lhe podemos chamar assim, foram alguns problemas técnicos, que, no fundo, depois acabam por nos fazer rir. Seja do Fiel a entrar em pânico porque alguma coisa no chão estava a deitar fumo ou no final o David a destruir o cenário todo com o cabo do microfone, acabando por se emaranhar na guitarra do Fiel, aquilo parecia o caos :P
H.: Claro que apontar coisas más é sempre chato e eu não terei algo particularmente notório a apontar. Gostaria que ele tivesse regressado a alguns temas mais intimistas do «Sing Me Something New» em vez de repetir no encore a "Our Hearts Will Beat As One". Mas isto é mais da ordem do gosto que de outra coisa.



not_alone: No geral o concerto foi dos melhores que vi do David. Um colectivo impressionante, cheios de química e cumplicidade, mas acima de tudo cheios de talento. David está cada vez mais com uma forte presença em palco, conquistando o público com um silmples gesto da mão ou um ligeiro abanar da anca :P A sua postura é claramente de alguém que merecia vôos mais altos. Está também cada vez mais versátil, um verdadeiro melting pot de influências. Confesso que adoro mesmo as covers e que funcionam todas muito bem no meio das musicas dele. Porque aquele é o David Fonseca. Não é somente o de Sing Me Something New, o de Our Hearts Will Beat As One ou o dos Silence 4. É principalmente aquele que cresceu a cantar Roxy Music, Talking Heads, Tim Buckley. É a extravagância dos Trio. É a frescura dos Outkast. É acabar um concerto com os dedos quase aos gritos das violentas lutas com as cordas da guitarra e ainda ir dar autógrafos e umas palavrinhas aos fãs. É, humildemente, perguntar: o que acharam do concerto?
H.: Voltar a ver o David Fonseca é como regressar a algo que me acompanha há muitos anos, seja na solidão do quarto seja na euforia de dançar e cantar os seus "The 80's". Por muito que ele cante, falta sempre mais e mais. Dele e de outros (e se ele fizesse um disco só de covers? Não seria uma ideia fantástica?). Podia ficar ali o resto da noite a ouvi-lo... Como dizes, ele é um misto de influências, mas ao mesmo tempo é ainda esse rapaz que aos 18(?) anos escreveu a "Angel Song", provavelmente das canções mais belas e tristes que alguém em Portugal compôs. A interacção com a banda estava muito boa, a ilustrá-lo o belíssimo "Hold Still" com a voz da Rita a trazer esse quê de feminino que faltava nas canções do album anterior. Creio que ele está mais maduro e positivo do que da última vez que o vi. Apesar de tudo, de início a comunicação era parca, embora para mim tal não importe muito porque as suas músicas já dizem tanto...



not_alone: Eu cá continuo a achar que este é um artista demasiado genial para o país que temos. Mas, enquanto ninguém dá por isso, sempre temos o previlégio de assistir a alguns concertos magníficos.
H.: Lembro-me de há uns anos ver um concerto dos Silence 4 na TV, a cantar num pub em Londres onde já tinham tocado das bandas mais emblemáticas do mundo. Não há dúvidas de que o David Fonseca pertence num panorama mais internacional, ao pé de outros pequenos génios alternativos. Ele merece esse lugar... Além das limitações deste país que nem sempre sabe reconhecer boa música... No geral, foi óptimo revê-lo. Por alguma coisa o Little David Boy é o meu artista de eleição no panorama musical português.

Finalmente, para todos aqueles que não tiveram oportunidade para ver este concerto, fica aqui uma amostra do que podiam ter visto. David Fonseca a cantar Hey Ya, dos Outkast, como introdução para o novo single, Our Hearts Will Beat As One.


Video by M. Jerónimo
Fotos da Mónica, retiradas com a sua autorização daqui!
posted by not_alone @ 8:11 da manhã   7 comments
domingo, julho 02, 2006
Video da semana | Quinteto Tati | Suor e Fantasia


Porque hoje Portugal se excedeu no jogo contra a Inglaterra, decidi colocar uma música na língua de Camões. Uma grande homenagem também a J.P. Simões, um dos maiores letristas que o nosso país já conheceu. Para quem desconhece Quintento Tati, recomendo Exílio, o brilhante álbum de estreia.
posted by not_alone @ 1:35 da manhã   4 comments
 

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